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Greve dos médicos do PSF em Picos passa de um mês e as negociações não avançam

Por conta da paralisação dos profissionais o atendimento nos postos de saúde do município está comprometido

Já passa de um mês a greve dos médicos do Programa de Saúde da Família (PSF) de Picos e as negociações entre a categoria e os gestores municipais não avançam. Enquanto isso a população padece com a falta de atendimento, que já era considerado deficiente antes mesmo da paralisação dos profissionais.
Imagem: José Maria/ GP1Promotor de Justilça intermedia negociação entre as partes.(Imagem:José Maria/ GP1)Promotor de Justilça intermedia negociação entre as partes

As conseqüências da paralisação dos médicos do PSF de Picos foram denunciadas pelo vereador Hugo Victor Saunders Martins (PMDB), que subiu a tribuna da Câmara na sessão do dia 28 de junho para cobrar da secretaria municipal de Saúde maior atenção às reivindicações dos profissionais.
Imagem: José Maria/ GP1Com a greve dos médicos postos ficam vazios.(Imagem:José Maria/ GP1)Com a greve dos médicos postos ficam vazios.

Segundo o parlamentar, a principal reivindicação dos médicos é a aprovação de um Plano de Cargos e Carreira, além de reajuste salarial. “As cidades do interior do Piauí pagam entre seis e sete mil reais para um médico do PSF, enquanto Picos paga quatro mil, sendo mil reais como salário base e o restante como gratificação”, informou Hugo Victor, acrescentando que isso prejudica uma futura aposentadoria do profissional.

Imagem: José Maria/ GP1Desde o início da greve posto do PSF do Paroquial permanece vazio.(Imagem:José Maria/ GP1)Desde o início da greve posto do PSF do Paroquial permanece vazio.

Impasse

Diante do impasse o representante do Ministério Público, promotor de justiça Marcelo de Jesus Monteiro Araújo se colocou como um intermediário para tentar resolver o problema, uma vez que o serviço público de saúde atinge toda uma sociedade e esta não pode ser prejudicada.

Imagem: José Maria/ GP1Devido a greve dos médicos consultas são suspensas.(Imagem:José Maria/ GP1)Devido a greve dos médicos consultas são suspensas.

“Já me coloquei à disposição servindo de ponte entre as partes. Se tentou, inclusive, firmar um documento garantindo um tempo normal de atendimento, mas essas tentativas não lograram êxito até o momento”, informou o promotor Marcelo de Jesus, ressaltando que o problema da greve precisa ser resolvido pelo poder público municipal visto tratar-se de uma categoria vinculada ao município.
No entanto, ele lembra que a greve é um direito de todo e qualquer trabalhador, mesmo que seja servidor público. No caso da paralisação dos médicos do PSF de Picos sua legalidade está sendo analisada pelo poder judiciário.

Imagem: José Maria/ GP1Greve atinge o PSF do bairro Paroquial.(Imagem:José Maria/ GP1)Greve atinge o PSF do bairro Paroquial.

O Médico do PSF tem uma carga horária determinada por lei e os recursos para o pagamento desse trabalho vêm direto do Ministério da Saúde. No caso dos médicos de Picos essa carga horária é de 40 horas semanais e, segundo o promotor Marcelo de Jesus ela precisa ser cumprida.

Imagem: José Maria/ GP1Médico do PSF do Paroquial pediu licença sem remuneração po um ano.(Imagem:José Maria/ GP1)Médico do PSF do Paroquial pediu licença sem remuneração po um ano.

“Agora, até onde eu pude inferir, os médicos de Picos estão reivindicando que, para trabalharem 40 horas com o atual salário seria inviável. Uma das reivindicações deles é a manutenção do salarial com a redução da carga horária para 20 horas semanais e, nesse caso, o município perderá repasse do Ministério da Saúde”, explicou o promotor Marcelo de Jesus.

Outra solução seria aumentar substancialmente o salário atual para compensar o médico a realmente prestar essas 40 horas semanais. “O que não se pode admitir é o faz de contas, ou seja, está vinculado com uma carga horária e não cumpri-la”, alertou o representante do Ministério Público.

O Delegado Regional do Sindicato dos Médicos José Almeida acredita que as duas partes vão chegar a um acordo, principalmente em função da intermediação do representante do Ministério Público.

Na Unidade Básica de Saúde do PSF Paroquial o médico saiu de férias mês passado, deveria ter retornado ao trabalho dia 4 de julho, mas, nesta data ingressou com uma solicitação de licença sem remuneração pelo período de um ano e, até o momento a secretaria municipal de Saúde não contratou outro profissional para substituí-lo.

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