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Salão Comunitário construído com recursos da Caminhada da Paz transforma vida de moradores em Picos

Denominado de Centro Comunitário "Pe. José Walmir de Lima", o salão é o ponto de encontro para as celebrações, atividades culturais e esportivas como a prática da capoeira.

Fruto do gesto concreto da Caminhada da Solidariedade e da Paz nas edições de números 4 e 5, realizadas respectivamente nos anos de 2008 e 2009, o Centro Comunitário “Pe. José Walmir de Lima” transformou a vida dos moradores do conjunto habitacional Nossa Senhora Aparecida, popularmente conhecido como Cidade de Deus, que é um dos bairros mais carentes e esquecidos do município de Picos.

A Caminhada da Solidariedade e da Paz é promovida desde 2005 pela Diocese de Picos, com a ajuda e a colaboração de dezenas de voluntários que participam de toda a organização e promoção do evento, apoio dos empresários que fazem a doação dos kits que são vendidos e, principalmente, da população que participa em peso da mobilização.
Imagem: José Maria Barros / GP1Comunidade assiste à missa no Centro Comunitário(Imagem:José Maria Barros / GP1)Comunidade assiste à missa no Centro Comunitário
Segundo o bispo diocesano de Picos dom Plínio José Luz da Silva, o gesto concreto é um dos pontos mais importantes da Caminhada da Solidariedade e da Paz e destaca que muitas pessoas e entidades já foram contempladas por esta iniciativa, a começar pela Pastoral da Criança que ganhou um carro para ampliar a sua atuação; distribuição de equipamentos a pessoas com deficiência física, a construção do Centro Comunitário da Cidade de Deus, dentre outros.

Centro Comunitário

Com uma área construída de cerca de 300 metros quadrados, o Centro Comunitário transformou-se no principal ponto de encontro da comunidade. Segundo a conselheira tutelar e moradora do bairro Cidade de Deus, Francilda dos Santos Araújo, atualmente o local é onde acontecem as celebrações eucarísticas, o catecismo, reunião do Grupo de Jovens, festas comemorativas como o Dia das Mães e das Crianças e atividades esportivas como a capoeira.
Imagem: José Maria Barros / GP1Francisco Marques diz que aulas de capoeira trairam mais adeptos(Imagem:José Maria Barros / GP1)Francisco Marques diz que aulas de capoeira trairam mais adeptos
“Antes, as missas eram celebradas em frente às casas, assim como o catecismo. Não tínhamos um local apropriado para a gente se reunir. Com a construção do salão a nossa realidade mudou, pois agora contamos com um espaço para as nossas atividades e isso melhorou consideravelmente a auto-estima da comunidade”, destaca Francilda dos Santos Araújo, acrescentando que o gesto concreto da Caminhada da Solidariedade e da Paz levou cidadania para a comunidade pobre do bairro Cidade de Deus.

Quem comunga da mesma idéia é o presidente da Associação de Moradores do bairro Cidade de Deus, Clenildo Oliveira, que também é o professor de capoeira. Todos os domingos pela manhã ele utiliza o Centro Comunitário para monitorar aulas para diversos jovens e adolescentes que, antes eram obrigados a descer o morro e se deslocar até o centro da cidade se quisessem participar da roda e aprender a tradicional arte marcial brasileira.
Imagem: José Maria Barros / GP1Centro Comunitário é o ponto de referência no bairro Cidade de Deus(Imagem:José Maria Barros / GP1)Centro Comunitário é o ponto de referência no bairro Cidade de Deus
“Por sermos uma comunidade carente, anteriormente não tínhamos nenhum espaço para nos reunir ou praticar qualquer atividade, quer seja cultural, religiosa ou esportiva. Portanto, a construção do centro comunitário foi uma grande conquista para o bairro Cidade de Deus, que foi fundado há seis anos e ainda hoje não conta com o mínimo de infra-estrutura como calçamento, saneamento, unidade escolar ou posto de saúde”, lembrou Clenildo Oliveira.

Francisco Marques de Oliveira, 14 anos de idade, que estuda na unidade escolar municipal Padre Madeira, é um dos alunos do professor Clenildo Oliveira nas aulas de capoeira e fala com emoção do quanto foi importante a construção do centro comunitário. “Antes a gente tinha que descer o morro e ir a pé até o centro da cidade para participar da roda. Agora não, as aulas são ministradas aqui mesmo na comunidade e tudo ficou mais fácil, atraindo um maior número de adeptos”, ressaltou.
Imagem: José Maria Barros / GP1Bairro não dispõe de nenhuma infraestrutura(Imagem:José Maria Barros / GP1)Bairro não dispõe de nenhuma infraestrutura
Marcelo Pereira da Silva, 16 anos, aluno do 1º ano do ensino médio na unidade escolar estadual Coelho Rodrigues, disse que já treinou capoeira quando residia no bairro Paroquial. “Agora me afastei um tempo, pois, geralmente aos domingos pela manhã estou ocupado, mas acho importante a arte, a dança, que significa disciplina e com ela a pessoa adquire mais controle pessoal e emocional. Quanto ao Centro Comunitário ele serve bastante a nossa comunidade, que ainda precisa de muitas melhorias”, enfatiza

Iniciativa louvável

Maria de Lourdes Leal, que é uma das coordenadoras da Caminhada da Solidariedade e da Paz, acompanhou de perto o projeto de construção do Centro Comunitário no bairro Cidade de Deus e garantiu que a idéia foi louvável, pois trouxe muitos benefícios para a comunidade, uma das mais carentes do município de Picos.
Imagem: José Maria Barros / GP1Ruas da Cidade de Deus não contam com calçamento e nem saneamento(Imagem:José Maria Barros / GP1)Ruas da Cidade de Deus não contam com calçamento e nem saneamento
“Paralelamente a essa construção realizamos através do Projeto Vivendo a Vida, vinculado à Igreja Católica, oficinas de biscuit, ponto cruz, capoeira e vagonite. Após a 5ª caminhada terminamos a construção do salão e promovemos mais duas oficinas, que foi de cabeleireiro e manicure e compramos todo o fardamento para as pessoas de capoeira’, destacou Maria de Lourdes, garantindo que sem dúvida alguma essa iniciativa transformou sonhos em realidade.

Como exemplo da importância do gesto concreto alcançado pela Caminhada da Solidariedade e da Paz em favor da comunidade de Cidade de Deus, Maria de Lourdes cita as aulas de capoeira, onde o instrutor consegue tirar os jovens da rua, da ociosidade, das bebedeiras, ocupando-os em uma atividade saudável.

O jovem Brunno Luz é da Equipe de Palestras e diz que a Caminhada da Solidariedade e da Paz tem vários pontos importantes, como envolver as pessoas nesse espírito de solidariedade e de paz, discutir nas escolas a importância dos temas abordados em cada edição. “Tudo isso se completa com a promoção do gesto concreto em favor dos que mais precisam”, avalia.
Imagem: José Maria Barros / GP1Moradora do bairro, Francilda dos Santos destaca do Centro Comunitário(Imagem:José Maria Barros / GP1)Moradora do bairro, Francilda dos Santos destaca do Centro Comunitário
Coordenador da Caminhada da Solidariedade e da Paz nas primeiras seis edições, o padre José Walmir de Lima foi homenageado dando seu nome ao Centro Comunitário do bairro Cidade de Deus. Ele também é adepto da idéia de que o gesto concreto mudou a realidade daquele povo humilde, que antes não tinha onde se reunir e hoje dispõe de um ponto de referência para as suas atividades.

Padre Walmir destaca dois pontos principais na Caminhada da Solidariedade e da Paz. “Primeiro despertar a sociedade para o compromisso com a paz e o segundo momento é o exercício da solidariedade, ou seja, reverter o arrecadado com a venda dos kits numa obra social em favor dos mais necessitados. “Fizemos isso durante seis anos e não tenho dúvidas de que muitos sonhos se transformaram em realidade”, afirmou.

Na condição de coordenador da 7ª edição da Caminhada da Solidariedade e da Paz, que foi realizada na manhã do último domingo, 5 de junho, o padre Francisco Pereira Borges (Chiquinho), disse que o gesto concreto representa a comunhão de muita gente com o mesmo objetivo: promover uma ação social que possa ajudar as pessoas mais carentes a viver e crescer na vida.

Com essas atitudes, certamente todas as pessoas engajadas na organização, divulgação, apoio e participação na Caminhada da Solidariedade e da Paz em Picos, estão assumindo a sua cidadania e ajudando outros semelhantes a alcançar este status tão desejado, o de cidadão.

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