O Tribunal de Justiça acolheu recurso do Ministério Público e aumentou de 17 para 22 anos de prisão a pena aplicada ao ex-capitão da Policia Militar, Allisson Wattson da Silva Nascimento condenado pelo Tribunal do Júri pelo feminicídio contra a estudante de Direito, Camilla Abreu , morta com um disparo de arma de fogo na cabeça, em outubro de 2017. O ex-policial foi julgado pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da ofendida, ocultação de cadáver e fraude processual.

Allisson Wattson recorreu ao Tribunal de Justiça pedindo a realização de novo julgamento, sob o argumento que a decisão do Júri foi contrária à prova dos autos e ainda o afastamento das circunstâncias judiciais da conduta social e circunstâncias do crime, com a aplicação da pena-base no mínimo legal para todos os delitos e a redução da pena de multa.

Foto: Facebook/Camilla Abreu e Allisson Wattson
Camilla Abreu e Allisson Wattson

No julgamento, a 1ª Câmara Especializada Criminal negou provimento ao recurso do ex-capitão e deu provimento ao recurso do Ministério Público redimensionando a pena imposta. Segundo a apelação, ocorreu erro na dosimetria, na análise das circunstâncias judiciais. Em todos os delitos, o juízo considerou equivocadamente como “normais à espécie” a culpabilidade do acusado e as consequências do crime.

O julgamento das apelações ocorreu através do plenário virtual realizada no período de 03 a 10 de maio.

Entenda o caso

Camilla Abreu, estudante de Direito, desapareceu no dia 25 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e então capitão da PM, Allisson Wattson. Ele ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas no sábado (28) e afirmou não saber do paradeiro da jovem. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte de Camilla e prendeu Allisson, que indicou onde havia enterrado o corpo da vítima.

Estupro de vulnerável

Em setembro do ano passado a Justiça regrediu o regime prisional do ex-policial, que já cumpria pena em no semiaberto. A decisão se deu após Allisson Wattson ser preso acusado de estupro de vulnerável, no dia 27 de julho. O ex-capitão foi denunciado pela mãe da vítima. A Polícia Civil concluiu que a criança havia sofrido abusos desde os 6 anos até completar 7 anos.