A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Polícia Civil de Guadalupe, indiciou no último dia 6 de fevereiro uma mulher identificada como Maria do Socorro Rocha da Silva pelo crime de injúria racial contra o advogado João Carlos Alves dos Santos Silva, no município de Porto Alegre do Piauí. O crime ocorreu em outubro de 2024, quando a acusada, por meio de mensagens de áudio enviadas em um grupo de WhatsApp, ofendeu o advogado, utilizando expressões racistas. O inquérito foi assinado pelo delegado Lucas Adalicio Teixeira Alves.
Conforme a investigação da Polícia Civil, além dos xingamentos, a ofensa foi direcionada de forma explícita ao advogado, conforme demonstrado no áudio apresentado pela vítima. O caso começou a ser investigado após o advogado registrar um boletim de ocorrência, relatando que, no dia 2 de outubro do ano passado, foi alvo de ataques racistas por parte de Maria do Socorro Rocha.

Segundo a denúncia da vítima, ela teria enviado mensagens no grupo denominado "oficial 11", onde a vítima foi chamada de “cara de cachorro pelado” e teve sua honra questionada com frases humilhantes, como "meter a cara na panela suja de carvão e sair abanando o rabo". A vítima ainda forneceu o áudio com as ofensas, comprovando a acusação.
Maria do Socorro Rocha, intimada pela polícia, alegou que não teve a intenção de ofender diretamente o advogado. Em seu depoimento, ela afirmou que os áudios foram enviados em um momento de tensão política na cidade e que ela sequer mencionou o nome de João Carlos. No entanto, a investigação constatou que, no conteúdo das mensagens, a acusada faz uma clara referência ao nome da vítima, o que agravou a acusação de injúria racial.
O inquérito policial concluiu que a conduta de Maria do Socorro se enquadra no crime de injúria racial, conforme o artigo 140, §3º, do Código Penal Brasileiro, após a mudança promovida pela Lei 14.532/2023. A acusada foi formalmente indiciada por esse crime, com base nas provas coletadas, incluindo o áudio que comprova a intenção ofensiva de sua fala. Após o indiciamento, a Polícia Civil, encaminhou o inquérito para o Ministério Público.
Outro lado
Procurada pelo GP1, Maria do Socorro Rocha da Silva afirmou que não tomou conhecimento do indiciamento e que sua fala não citou nome de ninguém. "Eu não soube [sobre o indiciamento], já falei com a Polícia Civil, o áudio foi num grupo que ele [João Carlos] pegou o áudio, eu nem citei o nome de ninguém", disse à nossa reportagem.
Ver todos os comentários | 0 |