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Teresina - Piauí

Blogueira acusada de esquartejar mulher em Teresina vai para o banco dos réus

Também viraram réus Francisco Josiel Ferreira, Sebastian Valério dos Santos e João Victor Rodrigues.

O juiz da 3ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina, Múccio Miguel Meira, mandou para o banco dos réus a blogueira Maria Clara Sousa Nunes Bezerra, vulgo Alerquina, acusada de participar do assassinato de Silvana Rodrigues de Sousa, que foi torturada e teve o corpo esquartejado, na zona sudeste de Teresina, em junho deste ano.

Na decisão de 28 de agosto, também viraram réus Francisco Josiel Ferreira, Sebastian Valério dos Santos e João Victor Rodrigues de Paiva Barros pelos crimes de homicídio qualificado (motivo fútil, impossibilidade de defesa e meio cruel), ocultação de cadáver, organização criminosa e corrupção de menores.


Foto: Reprodução/WhatsApp-Brunno Suênio/GP1Blogueira Clarynha Sousah, presa pelo DHPP acusado de matar Silvana Rodrigues de Sousa, esquartejada
Blogueira Clarynha Sousah, presa pelo DHPP acusado de matar Silvana Rodrigues de Sousa, esquartejada

Conforme a decisão, os indícios de autoria se encontram evidenciados ainda pelos depoimentos colhidos durante a investigação criminal.

Denúncia

Conforme o inquérito policial que baseou a denúncia do Ministério Público do Estado do Piauí, no dia 23 de junho de 2024, por volta das 19 horas, na residência localizada na Rua Gabriel Soares, no bairro Vila da Guia, os denunciados, agindo em comunhão de desígnios e com divisão de tarefas, mataram Silvana Rodrigues de Sousa, de maneira brutal e premeditada, utilizando-se de meios cruéis e recursos que impossibilitaram a defesa da vítima.

Consta que os denunciados são membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma organização criminosa estruturada e hierarquicamente organizada, com atuação em diversas regiões do Brasil, inclusive no Estado do Piauí.

A vítima, Silvana Rodrigues de Sousa, foi escolhida como alvo devido à suspeita de que estaria colaborando com a facção rival conhecida como Bonde dos 40, organização que disputa o controle do tráfico de drogas na região. Essa suspeita, segundo a denúncia, levou os denunciados a julgarem e condenarem a vítima em um “tribunal do crime”, presidido por Maria Clara Sousa Nunes Bezerra.

Foto: Reprodução/WhatsAppSilvana Rodrigues de Sousa
Silvana Rodrigues de Sousa

O julgamento culminou na decisão de executar a vítima de forma a enviar uma mensagem de força e crueldade à comunidade local e aos inimigos da facção. “Tal motivação revela o caráter desprezível e moralmente reprovável dos denunciados, que agiram sem qualquer respeito à vida humana, guiados apenas pela necessidade de impor o poder e a autoridade de sua organização criminosa”, pontuou o promotor Ubiraci de Sousa Rocha.

A vítima foi atraída ao local por Maria Clara sob o pretexto de uma reunião. Chegando ao lugar, Silvana foi subjugada por Francisco Josiel Ferreira, vulgo “Lon” e João Victor Rodrigues de Paiva Barros, vulgo “Oreinha”, que a asfixiaram utilizando uma corda. Enquanto a vítima ainda apresentava sinais de vida, foi golpeada e esquartejada por Maria Clara, Sebastian Valério dos Santos e dois menores de iniciais C.H.S. e H.H.S.S.

Após a execução, os denunciados decidiram ocultar o cadáver para dificultar a identificação do corpo e apagar evidências que pudessem ligá-los ao crime. O corpo esquartejado foi enterrado em uma cova rasa na mesma residência onde ocorreu o homicídio, com o intuito de esconder os restos mortais da vítima e evitar a descoberta do crime pelas autoridades.

Participação de cada um dos denunciados

Maria Clara Sousa Nunes Bezerra, vulgo “Alerquina”: líder do grupo, foi a mandante do crime, presidiu o “tribunal do crime” e deu a ordem para a execução e esquartejamento da vítima. Participou ativamente do esquartejamento.

Francisco Josiel Ferreira, vulgo “Lon”: coexecutor, foi responsável por asfixiar a vítima juntamente com João Victor, além de auxiliar na ocultação do cadáver.

Sebastian Valerio dos Santos, vulgo “Sebastian”: participou do esquartejamento e auxiliou na ocultação do corpo.

João Victor Rodrigues de Paiva Barros, vulgo “Oreinha”: coexecutor, ajudou na asfixia da vítima e participou do esquartejamento.

C.H.S: participou do esquartejamento e da ocultação do corpo.

H.H.S.S: participou da asfixia da vítima e do esquartejamento.

Ao oferecer a denúncia, o membro do órgão ministerial excluiu os dois menores tendo em vista a inimputabilidade deles ao tempo do crime, configurando a condição de menores infratores sobre os delitos em tela, motivo pelo qual requereu a extração de cópias dos respectivos autos processuais e encaminhamento para a Vara da Infância e Juventude competente para o julgamento de Atos Infracionais.

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