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Teresina - Piauí

Juíza solta pai de Santo acusado de participar da morte de empresário em Teresina

A decisão da juíza Júnia Maria Feitosa Bezerra Fialho foi dada no dia 13 de setembro deste ano.

A juíza Júnia Maria Feitosa Bezerra Fialho, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, deferiu pedido para conceder prisão domiciliar ao pai de Santo, Anderson Luiz da Silva, acusado do crime de latrocínio (roubo seguido de morte) contra o empresário Antônio Francisco dos Santos Sousa. A decisão foi dada no dia 13 de setembro deste ano.

No pedido, a defesa alegou possuir graves problemas de saúde, como doença renal crônica e problemas de circulação, cujo tratamento adequado não é fornecido no estabelecimento penal em que se encontra custodiado.


Foto: ReproduçãoEmpresário Antônio Francisco dos Santos Sousa
Empresário Antônio Francisco dos Santos Sousa

Ao analisar o pedido e documentos, a magistrada destacou que as provas documentais apresentadas são hábeis e idôneas para constatar a extrema debilidade por motivo de doença grave tendo ficado comprovado “a impossibilidade de receber tratamento no estabelecimento prisional, por meio de relatório médico e, especialmente, do pedido de encaminhamento do acusado solicitado pela médica da unidade prisional, pois o estabelecimento penal em referência não possui meios de condução do seu quadro clínico”.

A juíza então concedeu o benefício de prisão domiciliar, contudo com a aplicação das seguintes medidas cautelares: proibição de manter contato, por qualquer meio, com os outros réus e com os familiares destes e da vítima e monitoramento eletrônico a ser reavaliado no prazo de 3 meses, juntamente com a condição de saúde do acusado, que está autorizado a realizar o deslocamento para realização de exames, consultas, tratamentos pertinentes ao quadro clínico mencionado, devendo fazer a devida comprovação da respectiva saída.

Relembre o caso

Antônio Francisco foi encontrado morto no dia 1º de abril deste ano em um terreno no povoado Cacimba Velha, zona rural leste de Teresina. O corpo estava sem roupas e com marcas de perfurações de arma branca no abdômen e de golpes na cabeça.

No dia 24 de abril, as proprietárias do prostíbulo Balde Azul Drinks, identificadas como Maria Pereira e Karine, foram presas por suspeita de participação no assassinato do empresário.

Denúncia recebida

A juíza Junia Maria Feitosa Bezerra Fialho recebeu no dia 5 de julho denúncia do Ministério Público do Estado do Piauí contra sete envolvidos na morte do empresário.

Viraram réus: Kalina Sampaio Rodrigues, Maria Pereira da Silva, Kawana Maria Cardoso Soares (Iasmin), Ana Clara Pereira Costa, Ludving Van Beethoven Klayton Gomes Lopes, Jandeilson Rocha Pereira e o pai de Santo Anderson Luiz da Silva.

Denúncia

O Ministério Público do Estado do Piauí ofereceu denúncia no dia 24 de junho. Conforme o promotor Sávio Eduardo Nunes de Carvalho, Kalina, dona do prostíbulo Balde Azul Drinks onde a vítima esteve antes de ser assassinado, confessou que recebeu o valor de R$ 90.000,00 da conta de Antônio Francisco dos Santos Sousa.

Já no dia seguinte, Kalina transferiu o dinheiro para a conta de Maria Pereira, sua esposa, que posteriormente transferiu para as contas de Kawana Maria (R$ 5 mil), Ana Clara (R$ 5 mil), Ludvig Van Beethoven (R$ 5 mil), e Anderson Luiz da Silva (R$5.730,00).

Para a concretização do crime, elas contaram com a ajuda de duas garotas de programa, que doparam a vítima e, em seguida, outros dois homens que colocaram o empresário, desacordado, no próprio veículo, uma Toyota Hilux, que foi utilizada pelos criminosos para desovar o corpo em um terreno na Cacimba Velha. Ao final, Maria Pereira e Kalina Sampaio procuraram o pai de santo Anderson Luz da Silva para buscar proteção espiritual e o pagaram o valor de R$ 5 mil, como parte do dinheiro roubado da vítima.

Consta ainda que antes da transferência dos R$ 90 mil, foi feita uma transferência de R$ 380,00 para Kalina com uma forma de teste e que, nesse momento, Antônio Francisco já estava dopado na boate.

Participação dos réus no crime

De acordo com o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) o casal Maria Pereira da Silva e Kalina Sampaio Rodrigues teve participação direta na execução do crime. Tanto Maria Pereira como Kalina Sampaio arquitetaram o assassinato, depois de transferirem o valor de R$ 90 mil da conta do empresário, que foi dopado para não perceber que estava sendo roubado.

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