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Teresina - Piauí

Artefatos das antigas populações ceramistas são descobertos na UFPI

Nele foram encontradas objetos de pedra lascada e polida, lâminas de machado e fragmentos de cerâmica.

As novas descobertas sobre a história do ser humano nunca cessam. No Piauí, há uma diversidade de sítios arqueológicos que também ajudam a desvendar aspectos da evolução humana. Desta vez, a existência de um sítio arqueológico no campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI) em Teresina, o Sítio Ininga. Nele, foram descobertos os aspectos das antigas populações ceramistas que habitaram a região.

O local, situado no Centro de Ciências Agrárias (CCA), armazena cerâmicas, líticos e material histórico, deixados pela ocupação por população Tupi. Além disso, há ferramentas de pedra lascada e polida, lâminas de machado e fragmentos de cerâmicas decoradas, conhecidas como policromas. Nelas, estão presentes combinações de linhas pretas, pontos pretos e faixas vermelhas sobre um fundo claro.


Foto: Divulgação/UFPIArtefatos encontrados em sítio arqueológico na UFPI
Artefatos encontrados em sítio arqueológico na UFPI

Segundo o professor de Arqueologia da UFPI, Ângelo Correa, estes artefatos encontrados no Piauí são os únicos fora da Bacia Amazônica. “A cerâmica dessas populações é notável pela sua riqueza gráfica e morfológica. Encontrar essa cerâmica policroma, que é característica dos povos de língua tupi, confirma a presença e a extensão da ocupação dessas populações na região de Teresina e arredores”, afirmou o professor.

Mesmo diante destas descobertas, o trabalho não para, e segue com o planejamento de escavações futuras que podem ajudar a mensurar o material presente no sítio. Além disso, análises físico-químicas das argilas e tintas estão sendo conduzidas para entender melhor os métodos de produção e os hábitos alimentares das populações antigas.

Descoberta do sítio arqueológico

O Sítio Ininga foi descoberto em 2016, quando um aluno encontrou cerâmicas durante um experimento de plantio. Estes artefatos foram identificados como pertencentes às populações Tupinambá. Oito anos depois, o local já recuperou mais de mil materiais históricos, que estão em processo de curadoria e em seguida são submetidas à análise.

Atualmente, o sítio também é responsável por proporcionar aos alunos da graduação e pós-graduação em Arqueologia um experimento prático. “Nós temos vários campos de pesquisa aqui na Universidade Federal do Piauí, e um deles é o estudo de populações ceramistas. Essas populações, que eram agricultoras e produziam artefatos cerâmicos como panelas e potes, são antepassadas dos povos Tupinambá. A descoberta do Sítio Ininga dentro do campus universitário foi um marco, pois nos permitiu integrar o ensino teórico e prático de forma inédita”, declarou o professor Ângelo Correa.

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