Uma idosa de 80 anos, residente de Teresina e que não teve a identidade revelada, procurou a Defensoria Pública do Estado do Piauí nessa última semana após sofrer violência patrimonial do próprio filho, que deixou um prejuízo de aproximadamente R$ 80 mil e se mudou para o estado do Pará.
A defensora pública Sara Melo está responsável pelo caso e explicou ao GP1, neste domingo (16), um pouco mais sobre como o filho aplicou o golpe na própria mãe, um crime patrimonial que envolve a exploração da confiança de um terceiro.
“Atendemos no Núcleo uma idosa de mais de 80 anos relatando a violência patrimonial praticada pelo filho. O filho é uma pessoa da extrema confiança dela e tinha a posse do cartão bancário da idosa. Assim, ele com esse cartão fez transferências da economia que tinha na conta dela para a conta dele, fez vários empréstimos consignados no nome da mãe, porque ele também era representante legal dela, tinha procuração para atuar em nome da idosa”, explicou a defensora.
Ainda segundo Sara Melo, a idosa começou a desconfiar e pediu algumas explicações para o filho, que fugiu do estado do Piauí para o Pará. “Aí a idosa começou a perceber que a aposentadoria dela estava vindo um valor com desconto e ela perguntava ao filho e o filho não se explicava. Até que um certo dia, ela desconfiada dessa história, chamou uma outra filha e foram à agencia bancária e lá descobriu os empréstimos consignados que tinham sido feitos no nome dela, as transferências bancárias, todas as economias delas foram retiradas pelo filho. Aí quando ela foi falar com o filho, ele passou a não mais atendê-la e foi embora de Teresina para o estado do Pará.
Então, a idosa procurou a Defensoria, que não conseguiu a restituição dos valores, já que o filho realizou os empréstimos de maneira legal, restando apenas a possibilidade de ingressar com uma ação por danos materiais e morais em face dele.
“Ela procurou a Defensoria tentando reaver, querendo saber como fazia para bloquear ou excluir esses descontos bancários desses empréstimos. O fato é que isso não pôde ser feito, tendo em vista que os descontos foram feitos de forma legal, já que o filho tinha uma procuração para atuar em nome dela. Entrei com uma ação judicial de indenização por danos materiais e morais em face do filho, que mora no estado do Pará, então terá toda uma dificuldade para encontrar ele, se é que vai conseguir encontrar e ação está em andamento”, concluiu a defensora Sara Melo.
Saiba como denunciar casos de violência contra idosos
Polícia Militar: telefone 190;
Boletim de ocorrência virtual: através do site da Polícia Civil do Piauí;
Disque Direitos Humanos: Disque 100.
Delegacia de Segurança e Proteção ao Idoso: Rua Governador Raimundo Artur de Vasconcelos, 955, bairro Marquês (de segunda a sexta, das 9h às 14h);
Núcleo Especializado de Proteção ao Idoso da Defensoria Pública: Rua Governador Joca Pires, 10000, bairro Fátima (de segunda a sexta, das 8h às 14h);
Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa (OAB-PI): Rua Governador Tibério Nunes, s/n, bairro Cabral (de segunda a sexta, das 8h às 14h).
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