O GP1 traz com exclusividade os detalhes da investigação que resultou na deflagração da Operação Denarc 64, culminando na prisão de 14 pessoas, incluindo membros da alta sociedade de Teresina, como os empresários Josimar Barbosa de Sousa, Teresa Cristina de Sousa Pacheco e seus filhos, a médica ginecologista Angélica Florinda Pacheco Barbosa de Sousa e o dentista Caio Felipe Pacheco Fortunato.
A Polícia Civil identificou o envolvimento de vários indivíduos em um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro para a facção criminosa Bonde dos 40. A operação teve início a partir da análise de dados de celulares apreendidos e documentos fiscais, que revelaram a atuação de uma organização criminosa dedicada ao tráfico e à lavagem de recursos ilícitos. O caso expõe a complexidade das operações de organizações criminosas, que utilizam empresas de fachada, movimentações financeiras fraudulentas e técnicas de lavagem de dinheiro para ocultar os lucros do tráfico.
A investigação conduzida pelo Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (DENARC), através da delegada Adília Klein Acioli Guerra, ainda segue em andamento.
Erisvaldo da Cruz Silva - O “Pássaro”
Erisvaldo da Cruz Silva, conhecido como “Pássaro”, é apontado pela Polícia Civil como um dos principais fornecedores de entorpecentes da rede com fortes ligações com o Bonde dos 40. Ele foi indiciado no Inquérito Policial nº 1414/2023 e é descrito como um indivíduo sem vínculo formal de emprego, cuja fonte de renda estaria diretamente ligada ao tráfico de drogas. As investigações revelaram movimentações financeiras incompatíveis com sua capacidade financeira, com movimentação de mais de R$ 8 milhões entre 2020 e 2022. Além disso, ele é acusado de usar sua loja de veículos, “MN Veículos”, como fachada para lavar o dinheiro proveniente de atividades criminosas. Documentos financeiros também apontaram transações suspeitas, como fragmentação de saques em espécie e transferências para terceiros, evidenciando, segundo a polícia, uma tentativa de ocultar a origem do dinheiro.
Josimar Barbosa de Sousa
Josimar Barbosa de Sousa, casado com Tereza Cristina de Sousa Pacheco, foi identificado pela polícia como outro integrante da rede de lavagem de dinheiro. Ele é proprietário de várias empresas, ditas pela polícia como sendo de fachada, incluindo “Casa dos Acessórios e Componentes” e “Auto Clima Refrigeração”. Embora seus rendimentos declarados sejam modestos, a investigação revelou que ele controlava diversas empresas de veículos e se relacionava financeiramente com outros membros do esquema, como Erisvaldo, e com outros envolvidos em atividades ilícitas.
A análise das movimentações financeiras de Josimar revela uma prática contumaz de utilização de sua conta pessoal para a realização de transações vultuosas, com recursos provenientes das empresas ACF Comércio e Barão Veículos, que, embora vinculadas à atividade comercial de veículos e acessórios automotivos, não refletem a real capacidade financeira de Josimar. Isso é evidenciado pela discrepância entre os valores movimentados e a sua renda declarada, que era de apenas R$ 4.000,00 mensais. Além disso, a repetição dessas transações, sempre com o envolvimento de terceiros como Edney de Sousa e Erisvaldo da Cruz Silva (o Pássaro), bem como a transferência de valores para empresas associadas a seus familiares, segundo a Polícia Civil, caracteriza um padrão de burla ao sistema fiscal, lavagem de dinheiro e ocultação de bens e ativos ilícitos. A suspeita é que Josimar desempenhava um papel central no esquema de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Tereza Cristina de Souza Pacheco
A movimentação financeira de Tereza Cristina de Souza Pacheco, esposa de Josimar Barbosa, também apresenta indícios de envolvimento em práticas ilícitas, especialmente no que diz respeito à empresa ACF Comércio e Serviços Automotivos Ltda, na qual ela é sócia majoritária. A análise das transações realizadas por Tereza, principalmente no período de 01/12/2020 a 28/01/2021, revela a movimentação de R$ 846.157,00 em sua conta pessoal, com fragmentação de saques em espécie, o que indica, segundo revelou a Polícia Civil, uma tentativa de burlar os limites regulatórios impostos pelas instituições financeiras.
Além disso, Tereza Cristina figura como remetente ou beneficiária de transações financeiras de valores expressivos, como o pagamento de R$ 105.000,00 e R$ 100.500,00 para a empresa Newland Veículos Ltda. Em conjunto com Josimar, ela tem sido apontada como responsável por movimentações que envolvem grande volume de dinheiro, frequentemente direcionados a empresas relacionadas a seu círculo familiar, como a Acf Comercio e a Barão Veículos, que servem como fachada para essas operações.
Caio Felipe Pacheco Fortunato
Caio Felipe é sócio da empresa Acf Comercio E Serviços Automotivos Ltda, ao lado de sua mãe, Tereza Cristina de Sousa Pacheco, e figura como um dos principais destinatários de recursos que alimentam as supostas atividades ilícitas da empresa. A investigação aponta que ele e sua mãe, juntos, foram os principais destinatários de recursos que circulam em transações suspeitas, com grande volume financeiro em sua movimentação, possivelmente relacionadas a práticas de lavagem de dinheiro.
Além disso, Caio também integra o quadro societário da empresa Barão Comércio De Veículos Ltda, junto com sua irmã Angélica Florinda Pacheco Barbosa de Sousa. Essa empresa, que aparentemente também faz parte do esquema, é controlada por Caio e Angélica, ambos filhos de Josimar Barbosa de Sousa e Tereza Cristina de Sousa Pacheco, e está diretamente conectada a transações que geram suspeitas de irregularidades financeiras, como pagamentos em montantes expressivos e sem justificativa legal clara.
Angélica Florinda Pacheco Barbosa de Sousa
A médica Angélica Florinda, por sua vez, é sócia da empresa Barão Veículos, juntamente com seu irmão Caio Felipe. Ela figura como destinatária de recursos oriundos de transações que levantam suspeitas de lavagem de dinheiro e burla ao sistema fiscal. As investigações indicam que Angélica, como sócia dessa empresa, está envolvida na movimentação de valores significativos, sem justificativa econômica plausível, o que contribui para a ampliação das suspeitas sobre a utilização das empresas familiares como fachadas para ocultar a origem ilícita dos recursos.
Edney de Sousa
A participação de Edney de Sousa no esquema investigado revela um envolvimento significativo em atividades ilícitas relacionadas à lavagem de dinheiro e associação com outras pessoas investigadas por crimes financeiros e tráfico de drogas. Ele foi identificado como um dos principais alvos das investigações, com forte ligação a Josimar Barbosa de Sousa, proprietário da Barão Veículos, e a Erisvaldo da Cruz Silva (Pássaro), ambos envolvidos em esquemas de lavagem de dinheiro.
A movimentação financeira de Edney, segundo a Polícia Civil, revela padrões suspeitos, como fragmentação de depósitos e transferências que visam evitar o rastreamento, uma prática comum para mascarar a origem ilícita dos recursos. Entre 2019 e 2023, ele movimentou milhões de reais em transações incompatíveis com a sua renda declarada de R$ 9.204,00 mensais.
No período de 2022 a 2023, foram registradas transferências de valores elevados para Edney provenientes de Josimar Barbosa e Erisvaldo da Cruz Silva, além de depósitos fracionados em diversas contas bancárias. Edney também recebeu grandes quantias de recursos e logo em seguida transferiu esses valores para outras pessoas e empresas, como a ACF Comércio, Barão Veículos, e Erisvaldo, sem apresentar justificativas plausíveis para tais transações.
Outro fator que chama atenção é o fato de Edney de Sousa ter sido proprietário de veículos apreendidos com grandes quantidades de drogas, como o caso em 2019, quando um de seus veículos foi apreendido no Mato Grosso do Sul transportando 601kg de maconha e 806g de haxixe. Esse fato reforça o vínculo de Edney com atividades criminosas, como o tráfico de drogas, além de seu envolvimento em lavagem de dinheiro.
A falta de justificativas econômicas claras para a movimentação de R$ 5,8 milhões entre 2019 e 2021 e os R$ 4,4 milhões movimentados em 2021 por Edney em suas contas bancárias evidenciam tentativa de ocultação de origem ilícita. Conforme relatório produzido pela Polícia Civil, a combinação de depósitos fracionados, transferências rápidas e altos valores movimentados de forma incompatível com a sua capacidade financeira reforça a suspeita de que ele está utilizando técnicas de lavagem de dinheiro para ocultar os recursos ilícitos obtidos por meio do tráfico de drogas e outras atividades criminosas.
As investigações indicam que Edney de Sousa tem um papel ativo na operação da Barão Veículos, sendo considerado por alguns como proprietário de fato, além de manter uma rede de apoio à continuidade da lavagem de dinheiro, com o envolvimento direto em transações suspeitas, depósitos de valores elevados, e movimentações financeiras inconsistentes com sua renda e ocupação declaradas.
Aryana Alda Almeida Morais
O caso de Aryana Alda Almeida Morais e Josiel Menezes de Carvalho Junior envolve indícios fortes de práticas ilícitas, como lavagem de dinheiro, apropriação indébita e tráfico de entorpecentes, com base nas movimentações financeiras e conexões com organizações criminosas.
Aryana tem como profissão declarada advogada e vendedora no comércio varejista e atacadista, com uma renda mensal entre R$ 7.000,00 e R$ 40.000,00. No entanto, em um período de um ano (de 02/04/2020 a 28/03/2021), movimentou R$ 11.284.480,00 no Banco do Brasil e R$ 1.035.489,00 no Banco Santander, o que é incompatível com sua renda declarada.
Josiel Menezes de Carvalho Junior
Já Josiel Meneses de Carvalho Júnior, em particular, demonstrou um padrão alarmante de transações financeiras incompatíveis com sua renda declarada de R$ 21.000,00 mensais. Durante o período de 01/01/2022 a 31/01/2022, ele movimentou mais de R$ 3,7 milhões, com transações envolvendo sua conta pessoal e diversas outras pessoas, como João Victor de Carvalho e Lucas Pereira Barbosa, ambos envolvidos com atividades aparentemente sem vínculo direto com as transações financeiras. Além disso, movimentações também foram realizadas para empresas como a UP O S A C LTDA e outras contas, sem justificativas plausíveis para o volume de recursos.
Outro ponto crucial é o envolvimento de Josiel com a empresa J M Carvalho Júnior Serviços de Construções Ltda e J & J Serviços de Construções Ltda, que, conforme a polícia, podem estar sendo usadas como fachada para ocultar essas transações ilícitas.
Valdeci Soares da Silva
Simultaneamente, Valdeci Soares da Silva, proprietário da empresa "VAL Carnes", que posteriormente teve sua atividade alterada para "VAL Veículos", foi identificado em investigações como responsável por utilizar sua pessoa jurídica como fachada para movimentar grandes quantias de dinheiro. Entre 2020 e 2023, a empresa, registrada sob o CNPJ 22.643.454/0001-13, realizou operações financeiras que ultrapassaram R$ 9,8 milhões. Valdeci utilizou sua empresa para financiar veículos, muitos dos quais foram apreendidos por envolvimento com o tráfico de drogas. Além disso, por meio de sua conta bancária, ele efetuou depósitos e transferências de valores elevados, incluindo um depósito em espécie de R$ 280.000,00 em 2020.
Além disso, Valdeci mantém relações financeiras com indivíduos como Josiel Meneses de Carvalho Júnior, Artelindo Alves de Oliveira Filho, e até mesmo com Erisvaldo da Cruz Silva, vulgo "Pássaro". A análise do COAF revelou que essas movimentações financeiras são atípicas, com valores incompatíveis com as atividades e rendas declaradas, sugerindo a existência de uma rede financeira articulada para ocultar a origem dos recursos ilícitos.
A investigação detalhada das movimentações entre Valdeci e Erisvaldo, por exemplo, revela transações frequentes e valores expressivos, com pagamentos a empresas de fachada e envolvimento em atividades criminosas. As investigações também identificaram transações financeiras envolvendo outras figuras, como Hudson Dianini Silva de Oliveira, Rita de Cássia Lima de Paiva e Alandilson Cardoso Passos, que aparecem em várias operações de crédito, sugerindo uma rede de fluxo financeiro articulada para movimentar grandes quantias incompatíveis com suas atividades econômicas declaradas.
Rita de Cássia Lima de Paiva
Rita de Cássia, junto com seu parceiro Paulo Henrique, foi responsável por remeter valores significativos para a empresa de fachada "VAL Carnes/VAL Veículos". Esses recursos foram utilizados para ocultar a origem ilícita do dinheiro proveniente de atividades criminosas. Rita também foi identificada como uma das principais depositantes na conta da empresa de fachada de Valdeci Soares da Silva. Ela está intimamente ligada ao esquema de lavagem de dinheiro operado pela organização criminosa Bonde dos 40.
Paulo Henrique Araújo de Moura (Pompom)
Paulo Henrique, conhecido como Pompom, é um dos principais líderes da organização criminosa Bonde dos 40 na região do Dagmar Mazza, em Teresina-PI. Investigado por sua participação ativa no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, ele teve um histórico de prisão anterior pelo Departamento de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (DRACO). Pompom remeteu valores significativos para a empresa de fachada "VAL Carnes/VAL Veículos", que foi usada para dissimular a origem ilícita dos recursos. Além disso, recebeu a quantia de R$ 629.364,00, estreitamente vinculado à lavagem de dinheiro advindo do tráfico de drogas e de outros crimes relacionados à facção Bonde dos 40.
Alandilson Cardoso Passos
Alandilson Cardoso Passos é identificado como um dos principais envolvidos na lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas e outros crimes associados à facção Bonde dos 40. Ele esteve envolvido em diversas transações financeiras com a empresa de fachada Val Carnes/Val Veículos, usada para dissimular a origem ilícita dos valores. Alandilson também figura como destinatário de grandes quantias de dinheiro dessa conta, o que reforça sua ligação com a organização criminosa.
Alandilson tem um histórico de envolvimento em crimes graves, incluindo tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo e organização criminosa. Embora seja proprietário da empresa AC Passos LTDA (nome fantasia I K Retocques), que supostamente presta serviços de funilaria e pintura de veículos, investigações revelaram que a empresa não existe, sendo o local ocupado por uma academia. Além disso, Alandilson ostenta um estilo de vida luxuoso, sem vínculo formal de emprego, e mantém um haras com cavalos de alto valor para participar de vaquejadas, o que levanta suspeitas sobre a origem do seu dinheiro.
Artelindo Alves de Oliveira Filho
Artelindo foi identificado com uma série de movimentações financeiras suspeitas, com depósitos e saques em espécie, muitos de áreas de risco, o que não condiz com sua renda declarada. Ele movimentou milhões de reais em diversas contas, incluindo contas de sua empresa, supostamente de fachada, com recursos vindos de várias partes do Brasil.
Essas movimentações estão associadas a atividades irregulares, como a compra e venda de veículos sem a devida formalização, com o uso de contas de pessoa física para transações de uma pessoa jurídica. Tais práticas são típicas de tentativas de dissimular a origem do dinheiro e dificultar o rastreamento, o que pode configurar lavagem de dinheiro.
O volume das transações e a natureza das transferências indicam a possibilidade de envolvimento em atividades criminosas, incluindo o uso de empresas de fachada para movimentação financeira ilícita.
Carlos Eduardo de Carvalho Magalhães
Carlos Eduardo está associado a transferências financeiras de valores significativos, com destaque para transações atípicas, incluindo valores altos recebidos e movimentações realizadas de forma fragmentada, o que é considerado uma técnica comum em esquemas de lavagem de dinheiro.
Ele também é identificado pela aquisição de vários veículos de alto valor, com condições de financiamento incomuns, o que sugere uma tentativa de esconder a origem dos recursos e de utilizar os veículos como fachada para justificar as movimentações financeiras.
Walson Roberto de Assis Lira
Walson Roberto teve movimentações financeiras atípicas, com transações incompatíveis com sua atividade e renda, totalizando milhões de reais. Lira é proprietário da empresa CELL PRIME, que está relacionada a outras empresas de fachada e a indivíduos com histórico criminal, como Erisvaldo da Cruz Silva, conhecido como "Pássaro", e Markus Otávio Barbosa Pinto. Além disso, ele está vinculado a fraudes bancárias e pirâmides financeiras. Sua movimentação financeira inclui depósitos e transferências suspeitas de terceiros, incluindo valores significativos em CDBs e transações realizadas com dinheiro "sujo". Walson também é investigado por estelionato, sendo preso em 2024 acusado de tráfico de drogas e integração em organização criminosa.
Francis Helen Lopes Silva
Francis Helen tem sido investigada devido a uma série de movimentações financeiras altamente atípicas e incompatíveis com sua renda declarada como bolsista de apoio administrativo. Entre junho de 2019 e junho de 2020, ela movimentou mais de R$ 1.178.300,00, apesar de ter uma renda mensal oficial de apenas R$ 1.440,00. Esse volume de transações inclui depósitos em espécie, transferências para diversos indivíduos e empresas sem justificativa econômica plausível, além de transações frequentemente fracionadas, prática comum para evitar a fiscalização e lavagem de dinheiro.
A análise de suas contas revela movimentações com contrapartes envolvidas em esquemas criminosos, como Erisvaldo da Cruz Silva, conhecido como "Pássaro", e Artelindo Alves de Oliveira Filho. Ela foi uma das principais destinatárias de recursos enviados por Walson Roberto de Assis Lira, outro investigado, e transferências também ocorreram entre sua conta e a MN Veículos, uma empresa de fachada ligada a Erisvaldo. Esse padrão de transações, com valores elevados e sem explicações comerciais claras, sugere a utilização de sua conta pessoal para facilitar a movimentação de recursos ilícitos.
Entre 2020 e 2021, Francis Helen movimentou valores ainda mais altos, chegando a R$ 6.916.626,00, e transações envolvendo empresas como Artelindo FH Eireli e Loc-Norte L V E Ltda, do setor de locação de automóveis. A análise detalhada das transações mostra que ela utilizou sua conta para intermediárias financeiras.
Hudson Dianini Silva de Oliveira
Hudson foi identificado como um dos principais remetentes de valores para a conta da pessoa jurídica de fachada de Valdeci Soares da Silva. Além de seu envolvimento em movimentações financeiras fraudulentas, Hudson é investigado por uma série de crimes, incluindo receptação qualificada, estelionato, falsificação de documentos públicos e apropriação indébita, todos relacionados a carros vendidos como legais, mas com restrições de roubo e adulteração. Ele também desempenhou um papel central na lavagem de dinheiro oriundo de atividades ilícitas associadas ao tráfico de drogas e à facção Bonde dos 40
Ednardo Lázaro Viana de Oliveira
O contexto da movimentação financeira de Ednardo Lázaro Viana de Oliveira revela um padrão complexo e de difícil justificativa, com evidentes indícios de intermediação de recursos de terceiros. As transações financeiras realizadas por Ednardo, tanto em sua conta pessoal quanto associadas a outras partes, levantam suspeitas sobre a origem e destino dos valores, sugerindo atividades ilícitas, como a lavagem de dinheiro.
A análise dos lançamentos financeiros aponta que Ednardo Lázaro recebeu recursos de várias empresas e pessoas físicas sem vínculo claro com sua atividade ou ocupação declarada, como as empresas Artelindo FH EIRELI (R$ 249.614,00 em 24 lançamentos) e TOP CAR, além de indivíduos como Carlos Eduardo de Carvalho Magalhães e Erisvaldo da Cruz Silva (Pássaro). Essas transações frequentementes indicam a possibilidade de que Ednardo tenha atuado como intermediário, movimentando recursos com o intuito de ocultar sua origem e favorecer terceiros.
Além disso, o fluxo constante de recursos em sua conta, totalizando milhões de reais em um curto período de tempo, e a presença de transferências para contrapartes que não têm vínculo direto com sua atividade, reforçam a hipótese de que Ednardo possa ter sido usado para encobrir a verdadeira origem dos recursos. Em relação às transações em espécie superiores a R$ 50.000,00, essas também despertam a atenção devido ao elevado montante e à falta de justificativa plausível sobre sua origem, o que é um indicador clássico de movimentação financeira suspeita.
A conexão de Ednardo Lázaro com outros envolvidos em transações atípicas, como Francis Helen Lopes Silva, Waldesci de Melo, Josiel Meneses de Carvalho Júnior, e Artelindo Alves de Oliveira Filho, bem como a movimentação de recursos em favor de empresas e indivíduos de setores variados, sugere que ele estava operando dentro de uma rede de negócios informais e atividades ilícitas, possivelmente relacionadas ao tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outras práticas criminosas.
Por fim, a movimentação financeira de Ednardo, associada ao uso de contas de terceiros e supostas empresas de fachada, mostra que os recursos em sua conta não correspondem ao seu perfil financeiro e ocupacional, o que configura um indício claro de práticas ilícitas, especialmente quando se observa o padrão de transferência de valores para favorecidos como Erisvaldo Pássaro e Artelindo A Oliveira, cujas empresas também foram citadas em investigações anteriores. A falta de justificativas para esses fluxos financeiros, que envolvem tanto pessoas físicas quanto jurídicas, levanta sérias suspeitas sobre a possível lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.
Jonathas Micael Máximo da Costa e Péricles José Torres Galindo Filho
Jonathas Micael Máximo da Costa, segundo a polícia, desempenha um papel de organizador no esquema criminoso, realizando movimentações financeiras de grandes valores, como a transferência de R$ 251.400,00 para Walson Roberto, e posteriormente recebendo R$ 180.300,00 de volta. Ele também é sócio da empresa de fachada L & J Trader, que opera, segundo a polícia, como uma pirâmide financeira, sendo utilizada para ocultar recursos ilícitos originados de atividades criminosas. Sua função é facilitar o fluxo de dinheiro sujo, dificultando a rastreabilidade dos fundos.
Péricles José Torres Galindo Filho, por sua vez, tem uma atuação focada na movimentação de grandes somas de dinheiro, como a remessa de R$ 667.070,00 para Walson Roberto. Ele possui um histórico criminal de estelionato e associação criminosa e é acusado de utilizar os recursos obtidos ilegalmente para lavá-los e ocultar sua origem. Péricles é parte integrante de uma organização criminosa, com um papel ativo na lavagem de dinheiro proveniente de crimes antecedentes, como o tráfico de drogas e fraudes financeiras.
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