Pedro Oliveira
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Piauí, promoveu audiência pública sobre a violência contra a mulher. O encontro aconteceu na tarde desta terça-feira (29), no auditório da Escola Superior de Advocacia (ESA), localizada na sede da OAB, no Centro de Teresina.
Estiveram presentes diversas autoridades que representam a luta pela causa, como o Ministério Público do Piauí, Defensoria Pública do Piauí, Secretaria de Estado das Mulheres e Secretaria Municipal de Mulheres, que juntos discutiram a prevenção e enfrentamento da violência de gênero no Piauí. A advogada Michele Amorim, presidente da Comissão de Apoio à Vítima de Violência da OAB-PI, esclareceu que a reunião se torna imprescindível diante do índice de violência registrados em todo o Estado, unindo esforços o resultado pode ser mudado.
“Apesar de sempre estarmos falando e orientando, os números de violência contra a mulher seguem aumentando. Nós temos hoje um percentual de 9 mulheres mortas a cada hora por feminicídio, o que para gente é bastante assustador, principalmente por também existir os casos de violência doméstica que são subnotificados. Esperamos colher essas informações dos diversos segmentos para poder usar essas informações, números e dados de cada instituição para levar nossa sugestão”, afirmou Michele Amorim.
Protocolo
Entre as diversas medidas adotadas no combate à violência contra a mulher, a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) ganha destaque pela implementação do protocolo “Ei Mermã, não se cale”, inspirado no modelo “No Callem”, implementado inicialmente na Barcelona.
Além de promover maior segurança para as vítimas de violência, o protocolo também implementa uma ação integrada com bares, restaurantes e casas de shows, lugares apontados como primordiais para o primeiro atendimento à mulher vítima de agressão. De acordo com a tenente-coronel Elizete, superintendente da Cidadania e Defesa Social, o projeto é centrado na capacitação dos profissionais desses estabelecimentos, garantindo um acolhimento inicial primordial à mulher.
“Nós fizemos uma versão nordestina que prevê várias ações junto aos bares, restaurantes, hotéis, pousadas, casas de shows, onde nós estamos capacitando os profissionais desses estabelecimentos, para que ao se depararem em situações de violência contra a mulher eles saibam exatamente o que tem que fazer. Isso vai dar celeridade no atendimento de uma eventual ocorrência, e segurança para as mulheres. Aqueles estabelecimentos que participarem voluntariamente dessas capacitações receberão o selo ‘Aqui tem mulher segura’, que será disponibilizado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. E isso também é bom para o estabelecimento, porque nós mulheres ao vermos esse selo vamos saber que naquele local tem profissionais capacitados par dar acolhimento em uma eventual situação de violência”, detalhou a superintendente.
Canais de atendimento
A mulher vítima de violência doméstica e familiar pode solicitar orientação através do canal nacional 180, da Central de Atendimento à Mulher. O protocolo “Ei Mermã, não se cale” também ganha um canal de denúncias pelo WhatsApp, disponibilizado pelo número: 0800-000-1673.
Ver todos os comentários | 0 |