Wanessa Gommes
O empresário Wendel Snaypi Lima Gomes, proprietário da loja Maguim Cell, foi indiciado pelo crime de receptação qualificada. O inquérito, que investigou o roubo de uma carga de celulares em janeiro deste ano, foi concluído pelo delegado Filipe Bonavides Eloy, da Superintendência de Operações Integradas (SOI), no último dia 8 de agosto.
Conforme as investigações, no dia 16 de janeiro de 2023, dois bandidos encapuzados renderam o motorista do veículo e roubaram uma carga de celulares que ele havia acabado de receber no Aeroporto Senador Petrônio Portella.
Um dos celulares foi localizado em posse de Jessica Yasmin que relatou à polícia ter comprado na loja Maguim Cell, no Shopping da Cidade.
Em declaração à polícia, Wendel Snaypi contou que recebeu o aparelho de uma cliente como entrada na compra de outro celular. A cliente, por sua vez, afirmou ter comprado o iPhone de uma terceira pessoa no Shopping da Cidade, em janeiro e, não obteve nota fiscal, com isso, seis meses depois, decidiu trocar o celular utilizando o aparelho como entrada na loja Maguim Cell.
Conduta
No relatório foi evidenciado que a conduta do empresário, consistente no dolo de comercializar aparelhos celulares e outros produtos eletrônicos, ciente de que eram oriundos de roubo denota maior reprimenda penal.
“As investigações que se transcorreram durante o período em que o acusado comercializava tais produtos foram firmes para comprovar que este sabia, ou no mínimo deveria saber, da origem ilícita de tais bens e, mesmo assim, ignorava os sinais de procedência ilícita dos bens e os colocava em circulação para a sociedade, fazendo disso seu meio de vida e de ostentação em redes sociais”, diz trecho do inquérito.
Por fim, o empresário foi indiciado pelo crime de receptação qualificada por adquirir, vender ou utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime.
Já a cliente que repassou o celular como forma de entrada também foi indiciada pelo crime de receptação qualificada, mas por adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso.
Operação Interditados
Ao analisar a situação, o delegado ressaltou o empresário foi um dos alvos da fase II da Operação Interditados deflagrada em abril deste ano, em que se apurava a venda realizada por estabelecimentos comerciais localizados no Shopping da Cidade de aparelhos celulares subtraídos em outro roubo de cargas.
“A operação em questão gerou o processo judicial nº 0814383-37.2023.8.18.0140, em que houve representações cautelares de prisão preventiva, busca e apreensão e suspensão da atividade econômica - comercial dos investigados, entre eles o citado nacional. Todas as medidas representadas foram deferidas judicialmente”, destacou o delegado no relatório final.
Prisão
O empresário Wendel Snaypi Lima Gomes foi preso pela segunda vez no dia 1º de agosto, no bairro Joia, em Timon, e teve duas lojas interditadas no Shopping da Cidade, em Teresina, em cumprimento a mandado de prisão preventiva e em flagrante pelo crime de descaminho.
Ele chegou a pagar uma fiança de R$ 52.800,00 pelo crime de descaminho, mas permaneceu preso por força do mandado de prisão preventiva.
Empresário virou réu
A juíza Junia Maria Feitosa Bezerra Fialho, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, recebeu denúncia do Ministério Público do Piauí, contra Wendel Snaypi Lima Gomes e outros 10 empresários alvos da Operação Interditados II, acusados de comercializar iPhones e outros aparelhos eletrônicos roubados. A decisão foi dada no dia 12 de julho.
Os empresários que viraram réus foram: Leonardo Moura Cavalcante, Marcos Daniel Lopes de Brito, Olavio Damasceno Feitosa Junior, Wanlecio de Oliveira Torres, Wesley Lucas de Lima, Marcos Winícius Martins do Nascimento, Diego da Silva Assis, Felipe Kayque Costa Silva, Bruno Ferreira da Rocha, Cicero Jose do Nascimento e Wendel Snaypi Lima Gomes.
Ver todos os comentários | 0 |