A Polícia Civil do Piauí prendeu, na manhã desta sexta-feira (12), o empresário Matheus Vitor da Silva Alencar, filho do delegado Sérgio Alencar, acusado de agredir a namorada, a estudante de Direito, Victória Soares. Ele foi preso no bairro Planalto Ininga, na zona leste de Teresina, em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.
De acordo com o delegado Tales Gomes, titular da Gerência de Polícia Especializada, Matheus Vitor foi preso ao chegar na casa de um familiar. “Ele estava chegando na casa de uma parente, para tomar café, quando foi prontamente capturado. No momento, ele não acreditou que estava sendo preso e que havia um mandado”, contou.
Ainda segundo Tales, o pai do Matheus, o delegado Sérgio Alencar, chegou no 12º DP, para onde ele foi levado e tentou acalmar o filho, que negou a intenção de agredir a namorada. “Ele alegou que não teve a intenção de agredir e nem matar ninguém. Enquanto a gente estava na delegacia, o pai dele chegou na delegacia, acalmou ele, disse para ele colaborar”, relatou.
“Agora ele vai ser interrogado e encaminhado para o sistema prisional para aguardar o andamento do procedimento. A gente acredita que dentro do prazo de 10 dias o inquérito estará concluído numa rápida resposta à violência contra a mulher”, garantiu o delegado Tales Gomes.
Entenda o caso
A jovem estudante de Direito, Victória Soares, registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher Sudeste, nessa quarta-feira (10), contra o filho do delegado Sérgio Alencar, Matheus Vitor da Silva Alencar, denunciando-o por agressão. O caso viralizou depois que a vítima expôs o resultado das agressões, sobretudo no rosto, nas redes sociais.
O GP1 obteve acesso, com exclusividade, à íntegra do Boletim de Ocorrência, que narra detalhes do depoimento de Victória Aparecida Soares Batista à Polícia Civil.
De acordo com Victória Soares, ela estava com Matheus Vitor da Silva Alencar, no restaurante Play Point Bar, no bairro São João, zona leste de Teresina, na madrugada do dia 10 de maio de 2023, quando, sem motivo aparente, o acusado passou a chamá-la de “louca, idiota e mandá-la ir tomar no cu. Que Matheus estava alcoolizado e bastante agressivo e falava que iria dar tiros no restaurante. Que ele possui uma arma de fogo, que a vítima disse que iria chamar um Uber para ir embora, mas Matheus estava tentando impedi-la”, diz trecho do Boletim de Ocorrência.
Ainda conforme depoimento de Victória Soares à Polícia Civil, quando o motorista de aplicativo chegou ao restaurante, Matheus tentou impedi-la de entrar no carro e ela só conseguiu entrar no veículo, porque algumas pessoas que estavam no local seguraram o acusado.
Perseguição
Enfurecido, Matheus Vitor pegou seu veículo, uma BMW, passou a perseguir o motorista de aplicativo e quando os dois pararam em um semáforo, o acusado tentou abrir a porta do carro onde a vítima estava, no entanto, o motorista de aplicativo conseguiu encaminhar a vítima até o condomínio onde mora. Mesmo sob ordem para não acessar o condomínio, Victória Soares foi surpreendida por Matheus Vitor, tentando arrombar a porta do apartamento. “Ele deu muitos murros na porta até que a porta caiu e atingiu a testa da vítima, causando um corte profundo no supercílio esquerdo”, diz trecho do B.O.
Acusado sacou arma de fogo contra a vítima
Após arrombar a porta do apartamento, a Victória Soares narrou que Matheus Vitor da Silva Alencar sacou uma arma de fogo e, neste momento, a vítima saiu correndo para a área comum do condomínio, a fim de pedir ajuda.
Advogada apresentou versão do acusado
Segundo a advogada Arielly Pacífico, Matheus Vitor Silva Alencar alegou que no momento da discussão, ele forçou a porta do apartamento, que acabou atingindo a vítima, provocando o corte no supercílio de Victória Soares.
“Eu não consegui ainda ter acesso à cópia de absolutamente nada, o que eu acredito que tenha acontecido e, previamente, o que meu cliente me repassou, e foi bem categórico, é que, na tentativa de arrombar a porta, infelizmente, a Victória estava atrás desta. A porta cedeu, infelizmente, no rosto da suposta vítima", disse Arielly Pacífico.
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