Após a defesa de Fernanda Maria Lobão Ayres, acusada de assassinar Tainah Luz Brasil Rocha, pedir a suspeição do promotor João Mendes Benigno Filho, responsável por denunciá-la, o pai da vítima, o jornalista Marcelo Rocha, conversou com o GP1, nessa quinta-feira (02), e afirmou que os advogados estão apenas tentando adiar o julgamento da ré.
O pai de Tainah disse que recebeu a informação com surpresa e questionou qual seria a intenção para motivar tal pedido à Justiça. “A gente recebe essa informação um tanto surpreso, é uma informação um tanto hilária. O advogado Regis Marinho Filho, que é filho do promotor de Justiça Regis Marinho, aliás, é meu colega contemporâneo da Universidade Federal. E aí ele entra com esse pedido de afastamento do promotor de Justiça Benigno Filho e Ubiraci Rocha, porque os dois são colegas e trabalham com o pai dele. Ele está querendo dizer o quê? Que existe uma possibilidade de haver alguma intenção, alguma força superior que possa decidir ou definir qualquer coisa? Mas eu conheço o Regis Marinho, é um homem sério, ele não é capaz disso”, disse o jornalista.
O jornalista chamou o pedido do advogado Régis Marinho Filho de “coisa estapafúrdia” e disse que ficou horrorizado com a atitude da defesa. “Eu entendo que é uma forma do advogado Regis Marinho Filho querer protelar, querer demorar cada vez mais o julgamento da ré Fernanda, que é a cliente dele e também da Geovana. Mas a gente fica indignado, horrorizado quando se chega essa fórmula, essa tentativa de fazer com que possa demorar mais ainda o julgamento. A gente fica triste, mas a gente sabe que tem muitos advogados que às vezes por não ter competência de ir para o Júri, não ter competência de fazer com que possa defender com seriedade, dignidade, com decência, moralidade e honradez o seu cliente, ele fica apelando para coisas estapafúrdias, como essa, por exemplo”, destacou o jornalista.
Suspeição "ridícula"
Além disso, Marcelo Rocha disse que, caso o judiciário aceite essa suspeição, seria uma decisão “ridícula” e que não faz sentido. “Eu tenho certeza que o Poder Judiciário não vai aceitar essa proposta imoral, essa suspeição ridícula, e que, acima de tudo, o Ministério Público através do Promotor Benigno Filho e do Ubiraci, acho que até o Promotor Regis Marinho tem como se posicionar. Porque ele é citado, se esses dois promotores não podem trabalhar porque são colegas, trabalham junto com o pai do senhor Regis Marinho Filho, nenhum Promotor de Justiça, nenhum Procurador, nenhum membro do Ministério Público, que são mais de 170, vão poder trabalhar, porque todos eles são colegas”, finalizou o pai de Tainah.
Pedido feito pela defesa
A defesa da ré pediu a suspeição do promotor João Mendes Benigno Filho, que atua no caso e foi o responsável por denunciar a ré. O pedido foi assinado no dia 23 de fevereiro pelos advogados Michele Silva Amorim e Régis de Moraes Marinho Filho, filho do promotor Régis Marinho, que atua no caso e foi o responsável por denunciá-la.
Como justificativa, a defesa alegou que, além de Régis Marinho, o promotor Benigno Filho e o promotor Ubaraci Rocha também não poderiam atuar no caso, pois estão há muito tempo junto à Vara do Júri de Teresina, “de modo que conhece, trabalha e tem certo grau de convivência pessoal com o pai deste causídico”.
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