Pedreiros encontraram, nessa segunda-feira (06), indícios do que pode ser uma urna funerária indígena secular. O artefato histórico foi encontrado na localidade Porto do Designo, na cidade de Miguel Alves, a 90 km de Teresina. Após o trabalho de preservação, o material será submetido a estudo pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Os pedreiros cavavam buraco para instalar uma pilastra, durante obra realizada na propriedade em que a urna foi encontrada. Em determinada profundidade, acabaram enconstando em um objeto rígido, que teve a tampa quebrada pela ação contundente das pás e picaretas. Sem ter ideia do tamanho da descoberta, eles ainda teriam descartado o conteúdo que estava dentro do artefato, porém, logo perceberam que o objeto guardava ossos, oportunidade em que resgataram a urna do buraco.
Desde então, a propriedade de Antônio Pereira passou a receber constantes visitas de pesquisadores e arqueólogos, que através do trabalho de conservação e estudo tentam mensurar a idade do artefato. O proprietário conta que momentos antes da descoberta, ainda brincava com os pedreiros sobre grandes achados na região, e deseja que o estudo sobre a urna funerária indígena traga melhorias para a comunidade.
“De todos os lugares eu estava decidido a não ficar aqui, mas de todos os lugares que eu me agradei foi esse. Eu fiquei muito alegre que antes de o menino topar nesse material nós estávamos falando de ouro, que antigamente o pessoal achava botija de ouro. Quando bateu ali eu fiquei alegre, ‘o ouro tá dentro’. Esta noite eu estava imaginando e pensando ‘meu Deus eu não conheço, não entendo nada, eu estou na frente desse achado aqui, me ajude, e que isso seja de bem para a comunidade’. Mesmo que mexam com a minha tranquilidade, eu não me preocupo”, contou Antônio Pereira.
Carlos, o pedreiro que estava à frente da descoberta, também contou sobre o sentimento e percepção diante do achado. “No momento eu pensei que não era uma coisa muito importante, mas quando eu vi as partes de ossos dentro tentei tirar o máximo melhor. Desejo que tenha um aproveitamento muito bom para o lado da pesquisa, que seja coisa muito importante”, apontou Carlos.
O pesquisador Frederico Rebelo, historiador e membro da Academia de História dos Municípios Oriundos de Campo Maior (AHMOCAMPI), apontou que agora, o trabalho de escavação na região continua, e pode resultar em mais descobertas. “Para o município de Miguel Alves é uma descoberta muito importante, para toda a região do Piauí, Maranhão. Esperamos que agora nós possamos reconstituir parte da arqueologia da história do município que nós sempre acreditamos que existia e éramos contestados. Desejando inclusive que seja encontrado mais artefatos para nós elucidarmos esses fatos históricos e arqueológicos da nossa região”, ressaltou o historiador.
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