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Teresina - Piauí

Juiz solta líder de grupo que aplicou golpe de R$ 5 milhões no Santander no Piauí

Decisão foi dada pelo juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 5ª Vara Criminal de Teresina.

O juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, concedeu liberdade a Anderson Ranchel Dias Sousa e Ilgner de Oliveira Bueno Lima, acusados de aplicarem golpe de R$ 5 milhões no banco Santander, no Piauí. A decisão foi dada no dia 13 de novembro deste ano.

Anderson Ranchel foi apontado como líder do grupo criminoso que é formado por mais 116 pessoas. Já o empresário Ilgner foi o responsável, juntamente com o pai, Raimundo Isaías Lima, por criar empresas fantasmas para movimentar o dinheiro adquirido por meio das fraudes cometidas pela organização criminosa.


Foto: Alef Leão/GP1Anderson Ranchel, preso durante operação prodígio
Anderson Ranchel, preso durante operação prodígio

De acordo com a decisão, o magistrado destacou que eles possuem condições pessoais favoráveis a revogação da prisão, visto que são primários e não respondem a nenhum outro procedimento criminal. Ressaltou ainda que ambos colaboraram com as investigações na fase policial, comparecendo perante a autoridade responsável e esclarecendo sua versão dos fatos.

Foi então revogada a prisão dos acusados, contudo foram aplicadas as seguintes medidas cautelares: comparecimento em juízo a cada 15 dias, entre 8h às 12h da manhã, até o 5º dia útil de cada mês; não poderão cometer qualquer outro crime; comparecimento sempre que intimados; não poderão deixar a comarca ou mudar de endereço sem prévia autorização do juízo; monitoramento eletrônico através de tornozeleira, a ser devidamente instalada pelo órgão competente da Secretaria de Segurança; recolhimento noturno das 20h às 5h da manhã do dia seguinte; e recolhimento aos sábados e domingos das 10 horas às 06 horas da manhã de segunda e nos feriados.

O juiz determinou a expedição do alvará de soltura em favor dos acusados Anderson Ranchel Dias Sousa e Ilgner de Oliveira Bueno Lima.

Acusado vai continuar preso

Na mesma decisão, o juiz negou liberdade e manteve a prisão preventiva de Handson Ferreira Barbosa por responder a outro processo criminal com condenação penal pelo crime de tráfico de drogas, o que, conforme o magistrado, demonstra reiteração delitiva e que sua liberdade é um risco para a sociedade e para a ordem pública.

Entenda o caso

O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) denunciou 31 pessoas acusadas de aplicarem golpe milionário no banco Santander, pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia foi assinada pela promotora de Justiça Francineide da Silva Sousa, no dia 9 de outubro. A quadrilha é suspeita de causar um prejuízo de R$ 5 milhões em agências do banco no Piauí. Ao todo, o esquema de fraude bancária causou um rombo de R$ 19 milhões em agências espalhadas pelo Brasil.

Foto: Reprodução/Redes sociaisIlgner Bueno
Ilgner Bueno

Foram denunciados: Anderson Ranchel Dias de Sousa, Ângela Marques de Almeida Terto, Ariosvan Lopes Pereira, Diana Mayara da Costa Reis, Dimona Cibele de Andrade Miranda, Eristay Cantuario Oliveira, Erisvelton Felipe Oliveira Santos, Handson Ferreira Barbosa, Ilgner de Oliveira Bueno Lima, João Gabriel Vieira Leal dos Santos, José Iann da Penha Passos, Juliana Maciel Aires, Kamila Thayline de Oliveira Gomes, Liedson Ribeiro da Costa, Louise Raquel Cardoso de Sousa, Marcelo Cristian Gomes Silva, Marcelo de Sousa Almeida, Maria Aparecida da Costa Morais, Rafael Soares de Oliveira, Raimundo Isaias Lima, Ramon Vitor Lopes Gomes, Rennan Erick de Oliveira Sousa, Sávio Máximo de Sousa Andrade, Simplício da Silva Santos, Tairo Nunes da Silva, Taise Nunes da Silva, Tiago de Carvalho Santos, Vinícius de Morais Sousa, Vitoria Ferreira do Nascimento, Wanderson Santos Queiroz e Washington Silva de Santana.

Segundo informações da Polícia Civil do Piauí, a organização criminosa é formada por 117 pessoas, e teria como líder Anderson Ranchel Dias de Sousa, que, juntamente com a esposa, a fonoaudióloga Ângela Marques de Almeida Terto, o empresário Ilgner de Oliveira Bueno Lima, e o pai dele Raimundo Isaías Lima, são investigados por terem envolvimento direto na fraude.

Presos durante a “Operação Prodígio”, deflagrada no dia 5 de setembro, os denunciados foram presos temporariamente, acusados de atuarem na cooptação de pessoas para criar contas bancárias com dados falsos. Pessoas jovens, de 19 anos, que se apresentavam como médicas e que apresentavam uma renda mensal de R$ 30 mil, realizavam movimentação nas contas para que o banco acreditasse nessa renda, e assim disponibilizasse o dobro do crédito.

Assim que a organização criminosa atingia um “score máximo”, eles praticavam o tombamento, que consiste em pegar o máximo de crédito, e tiravam o valor da conta usando empresas fantasmas, abertas para movimentar o dinheiro oriundo da fraude, e não pagavam mais.

Primeiro golpe

Anderson Ranchel, apontado como líder da ação criminosa, teria dado o primeiro golpe no banco utilizando a esposa, a fonoaudióloga Ângela Marques de Almeida Terto, como “cobaia”, fazendo diversos empréstimos fraudulentos no nome dela. Depois do sucesso, ele teria desenvolvido uma rede para arregimentar pessoas na zona sul de Teresina, e nas cidades de Amarante, Floriano e região e no Maranhão.

Foto: Reprodução/InstagramAnderson Ranchel e Ângela Terto
Anderson Ranchel e Ângela Terto

Dessa forma, ele oferecia empréstimos para as pessoas, e tirava uma porcentagem de 20% a 40% do valor, e em troca, a pessoa ficaria com o nome sujo.

Empresas fantasmas

O empresário Ilgner de Oliveira Bueno Lima e o pai Raimundo Isaías Lima também foram presos durante a operação. Eles são suspeitos de criarem empresas fantasmas para movimentar o dinheiro adquirido por meio das fraudes cometidas pela organização criminosa. Ilgner também se apresentava como pré-candidato a vereador de Amarante, e teria aberto empresas até no nome do pai, que no período da investigação teria recebido meio milhão de reais.

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