A vereadora Mariana Carla Araújo Sousa, mais conhecida como Mariana Cipriano e filiada ao PP, teve seu mandato cassado devido a uma ação de impugnação de mandato eletivo. Esta ação alegou abuso de poder econômico e corrupção eleitoral durante as eleições municipais de 2020. A decisão que resultou na cassação do mandato da então vereadora foi emitida em 26 de setembro pelo juiz Eleitoral da 62ª Zona Eleitoral, Fabrício Paulo Cysne de Novaes.
A denúncia que levou a cassação foi apresentada por José Elson Barbosa, vice-presidente do PSD em Geminiano. A denúncia envolveu não apenas a vereadora, mas também o prefeito e vice-prefeito eleitos do município, Erculano Edimilson de Carvalho e Vilmar de Sá Carvalho. Eles foram acusados de promover vantagens para eleitores e comprar votos, com a alegação de que a vereadora desempenhou um papel fundamental na condução dessas atividades ilegais que beneficiaram toda a chapa eleitoral.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, durante o processo que ocorreu sob sigilo, outro elemento que comprova a irregularidade dos atos foi o auto de prisão da vereadora Mariana Carla em 14 de novembro de 2020. Naquela ocasião, foram apreendidos com a vereadora e um de seus assessores a quantia de R$ 2.370 em espécie, juntamente com notas de combustível, anotações contendo nomes de eleitores, números de títulos eleitorais, seções de votação, datas, situações eleitorais e intenções de voto. Além disso, foram encontrados materiais de campanha e anotações relacionadas a pagamentos e "ajudas" aos eleitores.
Além disso, foi sugerida a quebra do sigilo telefônico da vereadora, na qual foram identificados diálogos e registros de solicitações e cumprimentos de promessas de benefícios em troca de votos. No entanto, três testemunhas convocadas para prestar depoimento afirmaram desconhecer os fatos. Diante dessas circunstâncias, o Ministério Público Eleitoral solicitou a procedência parcial da denúncia, ou seja, a anulação dos votos apenas da vereadora, uma vez que não foi possível estabelecer qualquer ligação entre as atividades ilícitas e o prefeito e vice-prefeito de Geminiano.
Por fim, o juiz Fabrício Paulo Cysne de Novaes deu provimento ao pedido do MP, que acarretou na perda do mandato eletivo da vereadora Mariana Carla, visto que os votos obtidos pela então candidata são frutos de ato ilícito. Na decisão, o magistrado destaca que “a mera promessa em troca de votos pode ser considerada corrupção eleitoral”.
Eleita
Mariana Carla é filha do secretário de Saúde de Geminiano, José Genivaldo de Sousa, conhecido popularmente como “GG”. No pleito de 2020, foi a vereadora mais votada, com saldo de 542 votos, correspondente a 10,61% dos votos válidos. Após eleita, ainda assumiu a cadeira da presidência da Câmara Municipal de Vereadores de Geminiano.
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