O delegado de São Raimundo Nonato, Marcelo Barreto, concluiu o inquérito que investiga o assassinato de João Rodrigues Dias Neto, morto a tiros no último dia 13 de setembro, e indiciou seis pessoas por crime de homicídio duplamente qualificado. Para a autoridade policial, não restam dúvidas quanto às participações dos acusados que concorreram conjuntamente para o crime.
Em entrevista coletiva na Delegacia Geral da Polícia Civil do Piauí, nesta quarta-feira (28), o presidente do inquérito policial ratificou a suspeita inicial de que a morte do marido da secretária municipal do Trabalho e Assistência Social de São Raimundo Nonato teria sido motivada por vingança e que havia um núcleo familiar, no qual Paulo Pereira foi considerado autor intelectual do assassinato, no município com pouco mais de 35 mil habitantes.
“Já concluímos a investigação, o Ministério Público já está ciente, o juiz também já está ciente. No primeiro momento, os acusados negaram [participação] mas com a investigação em seguimento, reunimos um acervo robusto, não baseado apenas em oitivas formais das pessoas, mas em elementos objetivos, dentre imagens, consulta a banco de dados e técnicas avançadas de investigação, que nos possibilitaram chegar a um acervo robusto que, depois, em interrogatório complementar, todos confessaram”, explicou o delegado.
Núcleo familiar
Ainda de acordo com o presidente do inquérito, delegado Marcelo Barreto, o crime foi desenvolvido em um contexto familiar, que envolveu um acidente automobilístico registrado em junho deste ano, no qual João Rodrigues Dias Neto, foi lançado como responsável pela morte do patriarca da família Pereira, o senhor Pedro Pereira Neto, de 60 anos.
Com o não indiciamento de João Rodrigues Dias Neto como responsável pela morte de Pedro Pereira Neto, seus filhos, dentre eles Paulo Pereira, passou a articular o crime, que foi materializado no último dia 13 de setembro, com a morte de João Rodrigues Dias Neto.
“Concluímos que o mandante seria o Paulo, mas houve participação dos demais irmãos. Ao total, nós prendemos 6 pessoas. O executor, Juniel Paes Landim, em flagrante. No dia 16, na audiência de custódia do Juniel, preso em flagrante, nós formulamos um pleito de preventiva para mais dois, que seriam o Paulo, o mandante, e o Juliermes, que teria participação também [escondendo a arma usada no crime]. Então, no dia 16, compareceu a mesma audiência de custódia do Juniel, o Juiermes, que foi preso. Paulo se apresentou posteriormente e executamos um mandato de prisão que foi deferido no dia 20. Depois, apresentamos novos elementos que colhemos, representamos pela prisão preventiva e, por fim, prendemos mais três, dentre eles, a Patrícia, que é irmã do Paulo, o Mauro, que é esposo da Patrícia e o mototaxista, Ronigleison, que participou desde o início, fazendo o levantamento, acompanhando a rotina do alvo visado por eles, até concretizar no dia 13”, detalhou.
Homicídio duplamente qualificado
No relatório final do inquérito policial, que foi remetido ao Ministério Público, a autoridade policial indiciou os seguintes investigados por homicídio duplamente qualificado:
Paulo Ferreira Pereira - apontado como mandante do crime;
Patrícia Ferreira Pereira - irmã de Paulo Ferreira Pereira;
Mauro Viana de Almeida – marido de Patrícia Ferreira Pereira;
Roniglesias dos Santos Silva - proprietário do carro que deu apoio na fuga do autor dos disparos
Juniel Assis Paes Landim - executor material do crime
Juliermes Braga Paz Landim - responsável por esconder a arma do crime.
“As qualificadoras foram por paga, pois foi um crime de mando, eles alegam que receberiam supostamente 5 mil reais, que teria sido encomendado nesse homicídio, e recurso que dificultou a defesa da vítima, da maneira que foi executado, na frente das duas filhas mediante emboscada, pois ele estava aguardando previamente, o atirador estava aguardando na rua, já estudava a rotina dele, não teve possibilidade de defesa nenhuma. Então, ao menos duas qualificadoras são articuladas, ressaltando que essa é a nossa conclusão de Polícia Judiciária. O Ministério Público tem independência para concordar conosco ou fazer as adequações, bem como o juiz, ao longo do processo”, finalizou o delegado Marcelo Barreto.
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