O delegado Bruno Ursulino, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), revelou em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (22), que o adolescente G. B. S, 16 anos, efetuou o disparo de arma de fogo que tirou a vida do subtenente da Polícia Militar do Piauí Luís Celso. O adolescente foi capturado pela Força Tarefa junto com o irmão, Francisco das Chagas de Sousa Filho, no dia 19 de agosto, um dia após o latrocínio.
Segundo o delegado Bruno Ursulino, uma terceira pessoa foi presa com o celular da vítima, mas foi solta em audiência de custódia, pois não possui relação direta com o crime.
“Foram três conduzidos, um deles se encontrava com o aparelho celular da vítima. Esse foi autuado pelo crime de receptação, que é um crime afiançável, passou por audiência de custódia e dentro da análise acabou sendo solto dentro daqueles critérios de crime afiançável. O menor foi convertido o auto de apreensão dele em internação provisória, então ele está internado provisoriamente pelos próximos 45 dias até que seja analisado, que foi o que atirou, que efetuou o disparo, segundo o que as pessoas nos relataram. O irmão dele, que é o maior, foi autuado em flagrante delito pelo crime de latrocínio e também pela corrupção de menor. O flagrante dele foi convertido em preventiva, então dos que estão envolvidos no latrocínio se encontram presos", informou o delegado Bruno Ursulino.
Arma do policial não foi localizada
O delegado Bruno Ursulino disse ainda que, embora os responsáveis pelo crime estejam encarcerados, ainda é preciso buscar mais elementos que o conectem ao latrocínio para reforçar o inquérito policial.
“A gente temos que efetuar diligências para encontrar tanto a arma do policial militar, quanto a motocicleta dele que ainda não apareceram. A gente tem também outras diligências para tentar fortalecer mais ainda o vínculo dos suspeitos com esse crime. Nós vamos acelerar para que nos próximos 10 dias a gente possa estar concluindo esse procedimento”, ressaltou o delegado do DHPP.
Receptador ajudou a identificar os suspeitos
De acordo com o delegado do DHPP, o indivíduo que foi preso com o celular da vítima ajudou a identificar os indivíduos que cometeram o crime, pois foi ele quem subtraiu o celular da vítima após o latrocínio.
“A pessoa que foi conduzida pelo crime de receptação acabou sendo testemunha no crime de latrocínio. Ele os reconheceu por imagem de vídeo e reconheceu por ter visto no local. O receptador morava perto do local onde o subtenente morava e quando ele ouviu o disparo, se dirigiu até a calçada e visualizou a ação dos algozes. Com a saída apressada pelos suspeitos, ele acabou pegando o celular da vítima que caiu no chão”, relatou Bruno Ursulino.
Conforme Bruno Ursulino, o indivíduo que subtraiu o celular foi autuado por receptação dolosa. “Ação dolosa porque se tratava de um produto de crime. Ele sabia que o objeto pertencia a uma pessoa que acabara de ter sofrido um crime. Foi autuado por receptação dolosa. Ele relatou inicialmente que não estava perto do local e que o pai dele pegou e vendeu por R$ 20,00, mas acreditamos que essa história não tem cabimento. Ele viu o celular na sarjeta, aproveitou que todo mundo estava focando no policial e subtraiu o bem. Ele ganhou o celular, mandou formatar o aparelho e quando nós encontramos com ele, ele falou que pegou o celular, mas que não tem envolvimento com a morte do policial”, explanou o delegado.
Dinâmica do crime
Bruno Ursulino relatou ainda como foi a dinâmica do crime que tirou a vida do subtenente da Polícia Militar do Piauí Celso Luís.
“Existem outras pessoas que também conseguiram visualizar o crime. Elas não conseguiram ver o crime desde o início, apenas a companheira do policial consegue relatar isso desde o início. Tanto que ela reconheceu os conduzidos pela ação contra o companheiro dela. Ela nos relata que foi uma abordagem típica de um roubo e que foi anunciado o assalto e na percepção de que se tratava de um policial que estaria apto para se defender, eles acabaram efetuando um disparo e tirando a vida do policial militar. Na hora dos disparos ela se afastou um pouco, mas retornou, mas no momento em que ela ficou próxima foi suficiente para ela realizar esse reconhecimento. Eles ainda tiveram o esboço de iniciar uma luta, mas como de imediato já foi efetuado o disparo de arma de fogo, acabou neutralizando a ação de defesa do policial”, contou o delegado do DHPP.
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