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Prata do Piauí - Piauí

Biomédico é acusado de se passar por médico para emitir laudos no Piauí

Procurado pelo GP1, o biomédico desligou o telefone assim que foi questionado sobre a denúncia.

O GP1 recebeu denúncia do médico radiologista Juarez Pimentel, nessa segunda-feira (04), contra o biomédico Caio César Ibiapino, proprietário da Clínica Prelab, pelos crimes de falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina. De acordo com o denunciante, Caio César estava usando o seu nome e CRM para emitir laudos de ultrassonografias em sua clínica.

Juarez Pimentel explicou que chegou a ir duas vezes, no mês de novembro de 2021, na clínica de Caio César para realizar exames de ultrassonografia em Prata do Piauí. “Ele tem uma clínica no interior. Ele é biomédico e faz coleta e tem também uma máquina de ultrassom. Alguns médicos já trabalharam para a clínica dele e peguei uma indicação com um colega, entrei em contato com ele e fui lá, no mês de novembro, em duas oportunidades, realizar ultrassom. Lá na clínica a gente cadastra o nosso CRM e nosso nome no sistema para poder emitir o laudo”, relatou.


De acordo com o médico, ele só foi à clínica nessas duas vezes e ainda chegou a falar com Caio César para fazer mais exames, mas o biomédico teria falado que não estava tendo procura. “Foram só essas duas oportunidades e eu até entrei em contato, em janeiro, e ele disse que estava fraco, não estava tendo agenda”, completou.

Juarez contou que descobriu que o biomédico estava usando seu nome e CRM nos laudos através do resultado de um exame solicitado por uma colega médica. “No dia 11 de fevereiro eu recebi um exame, um ultrassom gestacional com o meu nome e CRM, só que eu só tinha ido na clínica em novembro. Eu fui apurar a história com quem me mandou a foto, que foi uma colega médica que atendeu a paciente e que levou o exame. Eu falei com essa colega que eu não tinha feito o exame e ela, gentilmente, reconvocou a paciente e perguntou a ela quem foi que havia feito o exame e ela respondeu que havia sido o doutor Caio. Era um ultrassom gestacional transvaginal”, pontuou.

“Depois que eu recebi esse primeiro exame, eu recebi mais outros cinco exames e teve um caso em que o paciente trouxe um exame com meu nome e meu carimbo, eu fui olhar a data e era um dia que eu estava em Teresina. Já aconteceu várias vezes”, declarou o médico Juarez Pimentel.

Possibilidade de erros nos laudos

Juarez Pimentel falou ainda da possibilidade de erros nesses laudos, já que não foram feitos por especialista. “Por exemplo, o primeiro laudo que recebi era de um ultrassom gestacional e na gestacional tem a idade do feto, então lá tinha que a gestação era de nove semanas. Mas, quem é que sabe se essa gestação não estava com dez, com quinze semanas? Não tem como saber. Isso é uma coisa restrita ao médico porque existem alguns parâmetros que a gente mede e observa para poder emitir a idade gestacional no laudo”, explanou o médico.

“Aí um cara desse fez um exame com a gestante. Já pensou se o médico programa o parto baseado nessa idade gestacional dele? Imagina o problema que não ia ser com o meu nome?”, questionou o médico.

Boletim de Ocorrência

O médico Juarez Pimentel disse que já fez um Boletim de Ocorrência, no dia 14 de fevereiro, e que o caso já está sendo investigado pela polícia. “Quando eu fiz o B.O., o Conselho Regional de Medicina e o delegado da Polícia Civil me tranquilizaram em relação a isso, que eu já estava respaldado. Caso acontecesse alguma coisa com qualquer paciente que eu não tenha atendido, eu já havia feito o B.O”, explicou.

“Acho que quatro testemunhas já prestaram depoimento e o delegado disse que está finalizando o inquérito para mandar pro Ministério Público”, afirmou Juarez Pimentel.

Outro lado

Procurado pelo GP1, na segunda-feira (04), o biomédico Caio César desligou o telefone assim que foi questionado sobre a denúncia, depois não atendeu mais as ligações.

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