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Teresina - Piauí

Delegados e peritos no Piauí fazem manifestação e cobram melhorias

O presidente do Sindepol afirmou a classe pode entrar em greve caso não haja resposta do Governo.

Os delegados e peritos da Polícia Civil do Piauí realizaram uma manifestação, na manhã desta sexta-feira (18), cobrando investimentos em segurança pública e melhorias nas condições de trabalho por parte do Governo do Estado. O ato ocorreu no pátio da Secretaria de Administração e Previdência – SEADPREV, no Centro Administrativo, zona sul de Teresina.

Em entrevista à imprensa, o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Piauí (Sindepol), delegado Higgo Martins, os profissionais de polícia estão há mais de oito anos buscando melhorias, tanto em relação ao quantitativo de pessoal, como em estrutura física nas delegacias da capital e do interior do estado.


Foto: Brunno Suênio/GP1Manifestação de delegados e peritos
Manifestação de delegados e peritos

“Essa é uma luta de mais de oito anos buscando melhorias, tanto pelos déficits de quantitativo de policiais civis para atender a população, como em razão de estrutura física nas delegacias, para que os policiais possam desenvolver suas atividades com tranquilidade. Hoje as condições são precárias. Nós temos um quadro atualmente de apenas 60% ocupados do quadro total de vagas disponíveis na Polícia Civil. Também existem os mesmos problemas de outras gestões em relação a acumulação de delegacias por delegados de polícia, respondendo por várias cidades, o mesmo problema todos os anos e o governo não apresenta solução”, explicou Higgo Martins.

Foto: Brunno Suênio/GP1Delegado Higgo Martins
Delegado Higgo Martins

O presidente da Associação dos Peritos Criminais Odonto e Médicos Legistas do Estado do Piauí (Apecom), Francisco Leal, também cobrou investimentos na segurança e relatou a falta de estrutura e condições de trabalho que os peritos vivenciam, principalmente no interior do Piauí.

“A pauta dos peritos é uma pauta única com os delegados de polícia, basicamente pautas em dois eixos, no eixo da estruturação das condições de trabalho, condições dignas para que possamos entregar a população um trabalho de qualidade, com identificação da autoria e materialidade dos crimes. Para a perícia precisamos de laboratórios, e estamos com outro eixo com uma inflação de 33,31% não reposta pelo Governo do Estado desde 2015”, disse Francisco Leal.

Foto: Brunno Suênio/GP1Perito Francisco Leal, presidente da Apecom
Perito Francisco Leal, presidente da Apecom

“A situação da estrutura no interior é a pior possível, contamos com poucos peritos, temos 182 peritos em todo o estado do Piauí, sendo a grande partida em Teresina e os peritos do interior do estado tem que acumular duas, três ou até sete cidades em atendimento, o que é humanamente impossível. Impacta no serviço que não é feito como a população merece, impacta no trabalho do MP que não recebe uma investigação bem feita e de qualidade, não por culpa dos peritos, mas pelas condições de trabalho. Impacta no julgamento de processos, tem toda uma cadeia de impactos e consequências negativas”, finalizou o perito.

Possibilidade de paralisação

O presidente do Sindepol ressaltou que será feito uma reunião com a equipe econômica do Governo e dependendo da resposta, a classe pode entrar em greve após assembleia no dia 21 de fevereiro. “Nós estamos com esse indicativo ainda, caso não seja apresentado nada concreto e significativo pela equipe econômica do governo, no dia 21 de fevereiro, estaremos em assembleia decidindo quais movimentos serão iniciados de paralisação. Inicialmente é uma ação do Sindepol, mas a perícia e os demais cargos tendem a se agregar nesse movimento”, declarou Higgo Martins.

Linha de frente durante a pandemia

Higgo Martins ressaltou que os policiais civis não pararam durante a pandemia e trabalharam na linha de frente, mesmo sem receber insalubridade. “Estamos buscamos também a valorização profissional, esses policiais estiveram na linha de frente durante toda a pandemia, e o governo sequer pagou os delegados de polícia a insalubridade. Já ingressamos até com ações judiciais e tivemos decisões judiciais favoráveis, mas infelizmente o governo não assume esse compromisso com a segurança pública”, pontuou.

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