O juiz Raimundo José de Macau Furtado, da 9ª Vara Criminal de Teresina, negou no dia 25 de junho pedido de tutela antecipada feito pelo ex-capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson da Silva Nascimento, que pediu a nulidade de sua expulsão dos quadros da PM-PI. Ele é acusado de matar a estudante Camilla Abreu, no ano de 2017.
De acordo com a sentença, o ex-policial ingressou com ação ordinária declaratória de nulidade com pedido de tutela antecipada no dia 07 de junho deste ano, alegando, em síntese, que sua expulsão das fileiras da PM possui vício formal.
“A decisão do Conselho de Justificação, em sede do Procedimento Administrativo Disciplinar, ocorreu sem a presença do advogado de defesa e da parte acusada, sendo oculta em vez de secreta”, argumentou Allisson Wattson na ação.
Ao examinar o pedido, o juiz considerou que as alegações do autor, para merecerem a concessão de medida liminar, devem ser suficientemente verossimilhantes para embasar tal medida excepcional.
Após analisar a petição, o magistrado concluiu que não há constatação de lesão sólida e evidente a direito que justifique concessão do pedido. “Diante do exposto, indefiro o pedido de tutela antecipada formulado por Allisson Wattson da Silva Nascimento, pelos motivos acima fundamentados”, decidiu o juiz Raimundo José de Macau Furtado.
Expulso em 2019
Allisson Wattson foi expulso da Polícia Militar do Piauí no dia 08 de março de 2019, em decreto de exoneração assinado pela governadora do Piauí em exercício, Regina Sousa (PT). O Tribunal de Justiça do Estado do Piauí e a Corregedoria da PM-PI já haviam decidido pela expulsão do acusado de matar a namorada.
O crime
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e então capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, Allisson ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações do caso, e no dia 31 de outubro confirmou a morte da jovem. No mesmo dia, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante. Na manhã de 1º de novembro o corpo de Camilla foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu.
Allisson Wattson virou réu na Justiça depois que a juíza de direito Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril de 2018, a justiça pronunciou o acusado para ir a julgamento pelo Júri Popular.
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