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Teresina - Piauí

Mulher diz que implorou ao advogado Jefferson Costa para não ser estuprada

O GP1 teve acesso ao depoimento da diarista relatando os detalhes dos momentos de terror vividos por ela.

O GP1 teve acesso a documentos que narram os momentos de terror vividos pela diarista vítima do crime de estupro, em que figura como acusado o advogado Jefferson Moura Costa, preso em flagrante pela Polícia Militar na tarde dessa quarta-feira (14), no bairro Fátima, zona leste de Teresina. Para escapar do advogado, já depois do crime, a vítima chegou a pular do apartamento e foi acolhida por um vizinho, que acionou a PM.

De acordo com o relato da vítima à delegada de plantão na Central de Flagrantes de Teresina, Valéria Cristina, ela foi chamada pelo acusado para realizar uma limpeza no apartamento e ao chegar ao local Jefferson Moura Costa trancou a porta do imóvel e depois de terminar a faxina, a vítima o encontrou deitado no sofá da sala, segurando o órgão genital. De imediato, conforme relato da vítima à delegada de plantão, o advogado a agarrou pelo pescoço, passou a mãos em seus seios e praticou o estupro.


Foto: Reprodução/FacebookJefferson Moura Costa
Jefferson Moura Costa

“A declarante relatou à polícia que, por volta de 15h, sua sogra ligou dizendo que havia um homem na casa dela, parado em um carro, perguntando onde tinha uma moça para fazer faxina. A sogra então disse que a vítima fazia o serviço e o homem alegou que sua esposa havia saído e que quando voltasse queria tudo limpo. A vítima estava em casa com seu esposo e filho, e o marido disse para ela não ir, no entanto, ela disse que estava precisando de dinheiro para comprar medicamentos para o filho, que estava doente, e aceitou fazer a faxina no apartamento do advogado por R$ 70,00”, diz trecho do auto de prisão em flagrante.

Em seguida, a diarista foi até a residência da sogra, no bairro Nova Teresina, zona norte da Capital, onde encontrou com o advogado, que a levou até o apartamento, onde seria realizado o serviço de faxina.

“A mulher então pegou um mototáxi e foi à casa da sogra, no bairro Nova Teresina. Lá, ela encontrou o advogado, que a levou em seu carro até o apartamento dele. Chegando no apartamento, a vítima relatou que ele trancou a porta e ela se espantou com a quantidade de camisinhas pelo chão e que estranhou pelo fato de não ter visto nenhuma roupa ou objeto de mulher, começando a suspeitar que ele havia mentido que tinha esposa. Nesse momento, ela disse que ficou desconfiada e sentiu que seria estuprada”, diz trecho do depoimento da vítima à Polícia Civil.

Medo de morrer

Bastante amedrontada, a diarista relatou que depois de ver os preservativos ao chão, se deparou com uma mancha, supostamente de sangue, em um dos quartos, mas que não foi possível removê-la. Daí, ela entrou em pânico ao ver o advogado deitado no sofá, lendo um livro, segurando o órgão genital.

Foto: Reprodução/InstagramJefferson Moura
Jefferson Moura

“A denunciante relatou que limpou um quarto e notou que havia um pingo no chão, que se parecia com sangue e que não conseguiu limpar. Logo depois, ela viu o advogado deitado no sofá lendo um livro e massageando o órgão genital. Em pânico, logo ela imaginou que ele a estupraria e depois mataria. Ela então disse que iria para outro quarto tirar alguns livros da prateleira e espanar. Nesse momento, o acusado a agarrou pelo pescoço, passou as mãos em seus seios e tirou a roupa da declarante, praticando o ato sexual”.

Vítima implorou que ele não a estuprasse

A vítima relatou que antes do ato sexual ele colocou uma camisinha e ela só conseguia dizer para ele parar e não a matar, que seu marido era doente e que tinha filhos para cuidar. Enquanto isso, o acusado dizia coisas sem nexo, como: “essas vagabundas tem é que morrer mesmo” e “vagabunda merece é isso mesmo, tu e as outras vagabundas”.

Ainda conforme o depoimento da vítima, depois disso o acusado a jogou em um colchão do quarto e disse para ela fazer o que ele estava mandando e que se ele quisesse a matar, ele daria um tiro em seu rosto.

Pulou do apartamento

Logo após o crime, o advogado voltou para o sofá e continuou lendo o livro. A vítima relatou que chegou a pegar uma faca, mas olhou para uma janela e viu que daria acesso até a garagem do prédio. Apesar de ser alto, ela acabou pulando, saiu correndo e disse para o porteiro que havia sido estuprada, mas ele não acreditou.

Foto: Brunno Suênio/GP1Condomínio onde ocorreu o crime
Condomínio onde ocorreu o crime

Um senhor estava chegando com o filho tomou conhecimento da situação e resolveu acionar a polícia, enquanto outra moradora presenciou o advogado dirigindo o carro pelo condomínio, à procura da mulher, anotou a placa do veículo e deu aos policiais.

“Daqui a pouco é a vez de outra”

A vítima relatou ainda que enquanto cometia o crime o advogado dizia: “agora vai terminar teu serviço vagabunda, que daqui a pouco é a vez de outra”.

Prisão em flagrante

Depois do fato, o advogado conseguiu deixar o condomínio e logo depois retornou para o prédio com outra mulher, que também foi apontada com uma faxineira e que, supostamente, seria outro alvo. Nesse momento, a vítima apontou Jefferson Moura Costa aos policiais, que o prenderam e, desde então, ele permaneceu calado.

Exame comprovou estupro

A delegada Valéria Cristina requisitou exame na vítima junto ao Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (SAMVVIS) na Maternidade Dona Evangelina Rosa, que comprovou a conjunção carnal.

Jefferson Moura Costa foi autuado em flagrante delito pelo crime de estupro, previsto no art. 213 do Código Penal, “em face de se tratar de conduta típica, antijurídica e culpável, bem como por ter sido demonstrada a materialidade dos fatos, o indício suficiente de autoria e o estado de flagrância (art. 302, do CPP)”, disse a delegada ao assinar o auto de prisão em flagrante.

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