Brunno Suênio
Wanessa Gommes
O coordenador do Sindicato dos Mototaxistas do Piauí, Antônio de Moura Fé Neto, disse em entrevista ao GP1, na manhã desta quarta-feira (14), que os companheiros de trabalho esperam por Justiça e mais fiscalização por parte das autoridades após assassinato do mototaxista Antônio de Sousa Rocha, 79 anos, morto com quatro tiros durante uma discussão na Avenida Maranhão no último sábado (10).
Para Antônio de Moura Fé, o assassinato do mototaxista foi um crime brutal, que precisa de respostas. “A gente quer que o criminoso seja qualificado em todos os crimes. Não foi um crime comum, foi uma execução, foi uma situação lamentável, desproporcional a força que ele utilizou contra um senhor de quase 80 anos de idade”, afirmou.
Segundo o coordenador do sindicato, o mínimo que se espera é que o responsável pelo crime seja preso e punido. “A gente pede que realmente a polícia prenda esse elemento, que ele seja submetido ao que a lei obriga. E nós queremos sim exigir Justiça e também que o órgão fiscalizador exerça o papel dele de fiscalizar, pois se houvesse um trabalho de fiscalização, ações como essas, para chegar ao nível de assassinato, pudesse diminuir”, desabafou.
Acusado se passava por policial
De acordo com Antônio de Moura Fé, o acusado de cometer o crime já se passou diversas vezes por policial e as ameaças sempre foram frequentes. “Por algumas vezes nós já tivemos em diversos pontos de mototáxi dialogando com clandestinos que tentam ameaçar e coagir os trabalhadores profissionais. Uma pessoa com o perfil e as características da pessoa que assassinou nosso companheiro Rocha foi por diversas vezes orientada a se afastar dos pontos de mototáxi, inclusive na Tabuleta, região da zona sul de Teresina, como também em alguns locais do centro de Teresina”, disse.
O acusado, segundo o coordenador do sindicato, aparentava ser bastante violento. “Nós dialogamos com essa pessoa e demonstrava ser uma pessoa violenta, uma pessoa que ameaçava os mototaxistas e sempre alegava que não adiantava chamar a fiscalização, pois era policial. Em algumas oportunidades eu questionei, pedi para ele se apresentar como policial. Quando eu falei que eu iria na corregedoria de polícia fazer um levantamento para saber se ele era policial, ele se evadia do local. Então não havia como eu conter essa pessoa. Essa pessoa sempre andava com uma motocicleta sem placa. A dificuldade de comunicação junto ao órgão fiscalizador foi uma situação muito complicada e ao longo desse ano tem sido mais difícil ainda”, relatou.
Sindicato pede mais fiscalização
Antônio de Moura Fé fez um apelo para que medidas sejam tomadas com objetivo de aumentar a fiscalização e coibir a prática de trabalho de mototaxistas clandestinos. “Fazemos um apelo ao batalhão de trânsito do Piauí que busque o mais rápido possível consolidar algum tipo de convênio ou de aproximação com a Strans, para que possa exercer essas atividades. Os trabalhadores não podem ficar à mercê dessa situação. Nós pedimos também ao Ministério Público e a Câmara Municipal que se posicione dessa forma, assim como a OAB. Não dá mais para os trabalhadores mototaxistas trabalharem nessa situação. Nós não vamos aceitar ameaças de pessoas que não querem fiscalizar. Nós queremos o trabalho de fiscalização, urgente, para que outras pessoas não sejam assassinadas”, pediu.
Conforme o coordenador, o sindicato quer evitar que mais crimes como este ocorram no Piauí. “Fica muito mais fácil os outros clandestinos se acharem que estão no poder de matar e tirar a vida dos outros pais de família. É isso que queremos evitar, nós queremos que a Comissão de Direitos Humanos trabalhe em cima disso, que dê o apoio não só aos familiares daquele que perdeu a vida, mas também que ampare os trabalhadores mototaxistas e outras categorias vítimas de ações criminosas”, completou.
O crime
Um mototaxista, identificado como Antônio de Sousa Rocha, 79 anos, foi assassinado no início da tarde deste sábado (10) no cruzamento da Rua Desembargador Freitas com a Avenida Maranhão, no centro de Teresina, após uma discussão com um mototaxista clandestino.
De acordo com relatos de testemunhas ao GP1, Rocha, como era mais conhecido, tinha um ponto localizado na calçada do Lojão do Paraíba, próximo à parada de ônibus, e sempre que mototaxistas não cadastrados na Strans se aproximavam, ele pedia que se retirassem. Por volta de meio-dia, a vítima acabou iniciando uma discussão com um mototaxista clandestino, que sacou um revólver e efetuou disparos à queima roupa.
Acusado de matar mototaxista de 79 anos premeditou crime, diz Barêtta
O diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, disse em entrevista ao GP1 na manhã desta terça-feira (13) que o acusado de assassinar o mototaxista Antônio de Sousa Rocha, 79 anos, premeditou o crime, ceifando a vida do idoso no último sábado (10), no centro de Teresina.
Segundo Barêtta, no dia anterior ao fato, ainda na sexta-feira (09), vítima e acusado tiveram uma discussão em público, que foi presenciada por várias testemunhas, e no sábado eles voltaram a ter uma breve discussão. Em determinado momento, a vítima utilizou um pedaço de madeira e se dirigiu ao acusado, que sacou a arma e efetuou quatro tiros.
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