Cerca de 100 motoristas e cobradores de ônibus da empresa Emtracol cruzaram os braços e paralisaram suas atividades na manhã desta quarta-feira (19). A empresa faz parte do Consórcio Theresina, que circula na zona sudeste de Teresina. Os bairros afetados pela paralisação são: Redonda, Parque Jurema, Jardim Europa, Taboca do Pau Ferrado, Sete Ladeiras e Boquinha.
Em entrevista ao GP1, o cobrador Francisco Carvalho afirmou que os trabalhadores da empresa estão com cinco meses de salários atrasados e que não há perspectiva de pagamento por parte da empresa. “Vai completar cinco meses que os trabalhadores não recebem um centavo da empresa. De janeiro para cá já tivemos várias conversas com a empresa e o que ela diz é que não tem recurso pois está esperando o repasse da prefeitura, eles dizem que enquanto a prefeitura não fizer esse repasse eles não irão fazer o pagamento”, declarou.
O funcionário comentou que o Consórcio Theresina é composto por cinco empresas, mas que somente a Emtracol não está realizando os pagamentos dos funcionários. Ele ainda comentou sobre o impasse entre a Prefeitura de Teresina e os empresários do SETUT.
“A gente não tem muito acesso a essas informações, mas o que a prefeitura diz é que não deve dinheiro ao SETUT, e eles dizem o contrário. O dono da Emtracol é chefe do Consórcio Theresina, mas só a empresa dele não está pagando os funcionários. Ele alega que não tem dinheiro e, inclusive, disse que se os trabalhadores tiverem dinheiro para emprestar para ele, ele paga, é o papo dele”, relatou.
Francisco Carvalho ainda denunciou que os trabalhadores estão assinando seus contracheques sem receber os respectivos pagamentos. Ele criticou também a falta de ação do Ministério Público do Trabalho nessa situação dos trabalhadores do transporte público.
“Nós estamos assinando o contracheque sem receber um centavo na nossa conta, assinamos na esperança de receber. São cinco meses de salário, isso o Ministério Público do Trabalho deveriam estar investigando. O papel deles é intervir nas causas trabalhistas, nós estamos com cinco meses de salários atrasados e eles estão inertes", declarou.
CPI do transporte público
Foi aprovada pela Câmara Municipal de Teresina, no dia 5 de maio após requerimento apresentado pelo vereador Dudu (PT), a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o transporte público da Capital. De acordo com Dudu, que será o presidente da Comissão, o objetivo é buscar uma solução para o problema do transporte público, que vem passando por sucessivas greves por parte dos trabalhadores.
“Essa CPI que está sendo discutida não contempla os trabalhadores, porque a gente queria é que tivesse sendo discutido na Câmara o nosso salário. Não é fácil você amanhecer o dia e sua filha dizer que não tem nada para comer, sendo que você não tem de onde tirar", criticou o cobrador Francisco Carvalho.
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