Levantamento técnico feito pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut) e divulgado nesta terça-feira (27) apontou que os impactos provocados pela pandemia da covid-19 ocasionaram na queda de arrecadação, de aproximadamente 90% até o final de março de 2021. Os danos econômicos foram causados no sistema devido à redução significativa de passageiros transportados por mês, aumento de custos e baixo retorno financeiro.
De acordo com o Setut, em Teresina, o que é arrecadado hoje pelo sistema não cobre os custos para operacionalizar todo o transporte. Além disso, a falta de repasse dos subsídios da Prefeitura de Teresina, negociado e previsto em contrato, tem dificultado a situação do sistema que corre sérios riscos de colapso. A dívida da gestão municipal contabiliza R$ 28 milhões, sendo R$ 22 resultantes de 2020 e R$ 6 milhões do presente ano.
"O sistema de transporte coletivo urbano de Teresina continua em uma situação muito crítica. Fechamos o mês de março com a arrecadação proporcional a 12% do que se arrecadava antes da pandemia e com o custo operacional consideravelmente superior a esse percentual de arrecadação. Para se ter uma ideia, o que se arrecada no dia a dia sequer está sendo suficiente para que se faça o abastecimento dos veículos com óleo diesel e, dessa forma, garantir a operação do dia seguinte", disse Vinicius Rufino, coordenador técnico do SETUT.
Analisando o comparativo percentual dos anos de 2020/2021 com o ano de 2019 é possível perceber a variação de passageiros e arrecadação das empresas. Em abril de 2020, o sistema transportou 7% do que foi transportado em abril 2019, e arrecadou 10% do que arrecadou no mesmo período comparativo.
"A ordem de serviço operacional tem sido cumprida na medida do possível. É importante informar que a frota disponibilizada é cerca de 50% superior ao que tem se transportado de passageiros, ou seja, a oferta de veículos ainda é, consideravelmente, superior à demanda que está se transportando e isso acarreta uma dificuldade financeira para as empresas operadoras", concluiu o coordenador técnico do SETUT.
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