O ex-prefeito de Teresina, Sílvio Mendes, divulgou nesta segunda-feira (12) uma carta de despedida para Firmino Filho, também ex-prefeito da capital, encontrado morto na última terça-feira (06), em frente ao edifício Manhattan, zona leste. Hoje, às 18h, acontecerá a missa de sétimo dia que será presidia pelo padre Tony Batista e será transmitida ao vivo no YouTube.
Na carta, Sílvio diz que tem dormido pouco, além de se questionar os motivos que o levaram a partir tão cedo. “O sono é menor e os pesadelos chegam quando acordado. A sua decisão de partir sem despedida da família, de Teresina e seu povo, dos seus amigos e seguidores, que o tinham como um líder que não fugia dos debates e embates, bem fundamentados nas suas crenças, causou profunda tristeza e ficaram muitas perguntas sem respostas. Por que, Firmino? Por que, meu Deus?”, escreveu.
O ex-prefeito destacou ainda a racionalidade de Firmino e o trabalho dele na gestão pública. Ele afirmou ainda que o companheiro teria novas missões. “Você sempre foi racional e cartesiano. Tinha formação, experiência. Dedicou metade da sua vida à gestão pública realizadora e Teresina lhe confiou para cuidar dela por quatro mandatos, privilégio que ninguém recebeu de um povo reconhecido, que lhe daria novas missões para continuar a ter esperanças no futuro”, lamentou.
“Bem cedo do dia seguinte à sua partida, um passarinho veio cantar na minha janela. Foi sua visita de despedida? O lamento na nossa casa é da perda de um irmão. Até mais tarde”, relatou Sílvio Mendes.
Confira abaixo a carta na íntegra
Teresina, 12 de abril de 2021
Caríssimo Firmino,
O sono é menor e os pesadelos chegam quando acordado.
A sua decisão de partir sem despedida da família, de Teresina e seu povo, dos seus amigos e seguidores, que o tinham como um líder que não fugia dos debates e embates, bem fundamentados nas suas crenças, causou profunda tristeza e ficaram muitas perguntas sem respostas. Por que, Firmino? Por que, meu Deus?
Você sempre foi racional e cartesiano. Tinha formação, experiência. Dedicou metade da sua vida à gestão pública realizadora e Teresina lhe confiou para cuidar dela por quatro mandatos, privilégio que ninguém recebeu de um povo reconhecido, que lhe daria novas missões para continuar a ter esperanças no futuro.
Nos acostumamos a ter em você um líder e guerreiro. Você usava essas palavras, “guerreiras e guerreiros”, incentivando a equipe e seguidores das suas crenças. Até aprendeu a ganhar e a perder eleições. Nunca desanimou, sempre seguindo em frente!
Na sua timidez e virtude de mais ouvir do que falar, tivemos oportunidades de partilhar nossas aflições e até choramos juntos. Não por fraquezas, mas por sentimentos e valores comuns. Que tormentos o venceram? Você falava do futuro e, de repente, partiu! Até a pescaria combinada, não aconteceu. Os nossos desencontros foram escritos na areia e o vento levou.
Bem cedo do dia seguinte à sua partida, um passarinho veio cantar na minha janela. Foi sua visita de despedida?
O lamento na nossa casa é da perda de um irmão.
Até mais tarde. Na Hora do Angelus estaremos em orações, na esperança e pedindo pela sua paz de espírito.
Com admiração e saudade,
Sílvio Mendes e família.
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