A Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Piauí (OAB-PI) enviou ofícios à Procuradoria-Geral de Justiça, ao Comando da Geral da Polícia Militar, Governo do Estado e ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), pedindo a apuração das mortes de Lucas Rafael, 17 anos e Pedro Santos de 16 anos, que foram assassinados por engano pela Força Tarefa no dia 24 de julho. Os jovens eram apontados como os responsáveis pelo latrocínio do soldado Lídio Mesquita.
Nos documentos, que foram enviados nessa quarta-feira (02), a OAB Piauí solicitou a apuração do fato junto aos órgãos competentes. Segundo o presidente da OAB Piauí, Celso Barros Coelho Neto, “caso seja confirmado a existência de excessos e falhas na operação, que os envolvidos sejam responsabilizados como forma de efetivação da justiça, de defesa e garantia dos Direitos Humanos”, ressaltou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Celso de Barros, presidente da OAB-PI
Conforme a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PI, Conceição Carcará, o órgão vai acompanhar as investigações para que casos semelhantes não voltem a ocorrer. “Estaremos apurando esse fato e acompanhando de perto o andamento das investigações, pois se trata de uma violação grave dos direitos humanos. A OAB Piauí se compromete de forma veemente com essa causa”, pontuou.
Investigações
As investigações sobre as mortes estão sendo executadas pelo Departamento de Homicídio de Proteção à Pessoa (DHPP), sob responsabilidade do delegado Robert Lavor. Ambos os jovens, Pedro e Lucas, estavam sendo apontados como autores da morte do soldado. No entanto, no dia 25 de agosto, os verdadeiros suspeitos pelo latrocínio do PM foram apreendidos pela equipe do delegado Genival Vilela, do DHPP.
- Foto: Divulgação/PMPedro e Lucas
Ao GP1, o delegado informou que identificou o responsável pelo disparo, um adolescente de 17 anos, que estava escondido no bairro Cidade Nova, em Timon, e seu comparsa, que participou da ação criminosa e foi localizado no bairro Buenos Aires, zona norte de Teresina.
“Essas pessoas que foram assassinadas não tinham relação com a morte do Lídio, é o que a investigação aponta. Os dois menores, que a gente pegou, estão envolvidos na morte do soldado Lídio, que morreu na Vila São Francisco. Após o fato, a gente ficou trabalhando na investigação. Eu sei que tinha muita gente querendo pegar os dois, mas fizemos aquele nosso trabalho de rotina, de investigar a fundo para tentar provar o envolvimento”, enfatizou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Genival Vilela
Entenda o caso
O soldado identificado como Lídio Roberto de Sousa Mesquita, lotado no 13º Batalhão da Polícia Militar do Piauí, foi assassinado com um disparo de arma de fogo na cabeça durante assalto na tarde do dia 22 de julho, às 14h13 na Rua Londrina, na Vila São Francisco, situado na zona norte de Teresina.
Dois suspeitos se deslocavam a pé, um em cada lado da rua, tentando abordar motoqueiros que passavam na região. Quando o soldado se aproximou da dupla, os bandidos foram para o meio da via, forçando a parada do policial militar, que ainda tentou se livrar dos assaltantes, mas acabou sendo baleado sem sequer reagir.
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