Durante sessão remota do Tribunal de Contas do Estado do Estado do Piauí (TCE-PI) realizada, na última quinta-feira (13), ocorreu um verdadeiro bate-boca, com direito a troca de ofensas, entre os conselheiros Luciano Nunes e Waltânia Alvarenga. O fato ocorreu quando a Corte apreciava a representação com medida cautelar formulada pela Citeluz, contra a Secretaria de Administração de Teresina, noticiando irregularidades na concorrência pública para concessão administrativa dos serviços de administração pública quais sejam: implantação, instalação, recuperação, modernização, melhoramento, eficientização, expansão, operação e manutenção da rede municipal de iluminação pública, no valor mensal de mais de R$ 1,9 milhão da qual a conselheira é a relatora.
Durante a discussão, o conselheiro Luciano afirmou que a colega de Corte, quando era presidente do TCE, havia retirado de pauta um processo que se referia ao saudoso deputado federal Assis Carvalho (PT). Em resposta, Waltânia chamou Nunes de mentiroso e o acusou de beneficiar o filho, o ex-deputado Luciano Nunes Filho, quando este era secretário de Administração da Prefeitura de Teresina.
“Eu quero dizer que tem um processo que vingança é um prato que se come frio. Eu não estou aqui atrás de vingança não, mas eu ouvi a conselheira Waltânia falar aí e que fiquei assim sobre esse negócio de postergação. Postergação é o que mais se faz aí no Tribunal. Eu lembro da conselheira Waltânia, enquanto presidente do Tribunal, ela tirou um processo do terceiro voto, um processo do Assis Carvalho, terceiro voto contra, ela retirou e colocou numa gaveta para votar não sei quantos dias depois. Três ou quatro meses depois enquanto ele podia ser candidato a deputado federal”, disse o conselheiro.
“O processo estava com três votos para rejeição e foi tirado. Postergou-se porque ela quis. Eu fiquei reclamando e depois voltou, mas já tinha sido registrada a candidatura. Já tinha sido eleito, não teve problema. Postergação com a finalidade de deixá-lo ser candidato. A Agespisa deu um prejuízo de R$ 20 milhões. Engoliram tudo, está aí a Águas de Teresina e os R$ 20 milhões eu não sei pra onde é que foi. Segundo, como é que a conselheira retirou uma peça do processo e não disse retiro por isso. Eu acho que nós estamos querendo falar as coisas, ficar dando lição aos outros, até que estamos fazendo a lição de casa. Exemplo de empurração com a barriga, nós temos milhares aí no Tribunal”, acrescentou Luciano Nunes.
Em resposta, a conselheira Waltânia Alvarenga chamou o colega de falso e disse que ele deveria ter vergonha. Ela ainda o acusou de usar o Tribunal para beneficiar o filho e a Prefeitura Municipal de Teresina. “O conselheiro por sua idade, mas eu não posso deixar de falar. O Senhor está mentindo. O senhor dessa idade deveria ter vergonha de ser mentiroso. Alguém me disse que o senhor era falso, mas eu não imaginei que era tanto. O senhor é um mentiroso e eu provo também. Eu sei que quando o senhor estava na presidência, trouxe uma decisão aqui para o plenário, uma proposta para retirar as contas da Prefeitura Municipal de Teresina, inclusive de seu filho, para não serem votadas. As contas do seu filho que era secretário de Administração. Isso eu sei, as contas de seu filho se quer eram votadas”, disse a conselheira.
Waltânia também o acusou de mandar colocar notícias contra os demais conselheiros em meios de comunicação. “O senhor é daquele tipo que fica aqui falando e colocando coisa no jornal contra as pessoas, contra os seus próprios colegas e contra a sua própria instituição. Tenha respeito, o senhor já é um velho. O senhor está prestes a sair, saia bem com os outros. Tenha respeito. Eu fui a única que rejeitei as contas do Assis. Eu não faço como o senhor está fazendo que fica aí usando o Tribunal. Eu não vejo a conselheira Lilian fazendo isso, eu não vejo nenhum outro fazendo isso. Só o senhor que faz isso aí. Por isso que foi pedida a sua suspeição”, disparou ela.
Confira abaixo a partir de 2h30min o início da confusão
Suspeição
A conselheira Waltânia também lembrou que Luciano Nunes foi impedido de atuar em processos relacionados ao governador Wellington Dias (PT-PI) e de familiares do chefe do executivo estadual.
“O que deveria ter sido feito não era só a questão se impedimento não, era suspeição mesmo. E porque não quiseram dar nomes aos bois para lhe respeitar, pela sua idade, porque está prestes a sair. Aí colocaram como impedimento, mas não é, é suspeição. O senhor não pode usar o Tribunal para perseguir os seus inimigos. Tem vários processos aqui que o senhor também, dependendo da pessoa, vota diferente. Eu não, eu fui a única pessoa que votou contra as contas do Assis Carvalho. Prove que quando eu estava na presidência em sentei em cima de processo. Prove”, disse ela.
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