Defesa Civil registra 38 ocorrências após temporal em Teresina

A Defesa Civil Municipal informou nesta quinta-feira (23) que segue realizando o atendimento às famílias prejudicadas pelas fortes chuvas que atingiram a Capital nos últimos dias. A equipe esteve em campo atendendo aos chamados emergenciais durante a chuva, que atingiu gravemente a zona leste de Teresina. Ao todo foram 38 atendimentos de alagamentos e desabamentos de muros.

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Públicas (Semcaspi), o bairro Planalto Ininga e a Vila Madre Teresa tiveram a maior quantidade de ocorrências de alagamentos. Foram registrados 25 atendimentos nestes dois locais.

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• Foto: Divulgação/SemcaspiDefesa Civil Municipal

Segundo a Defesa Civil, está sendo realizada a identificação de danos e perdas para que a devida assistência possa ser dada à população. A ação é integrada com a Superintendência de Desenvolvimento Urbano Leste (SDU-Leste), que faz a limpeza de galerias e casas e encaminha as famílias aos programas assistenciais da Prefeitura através da Semcaspi, com o Programa Cidade Solidária.

As famílias já estão sendo incluídas no programa para receberem o benefício eventual de cesta básica. A Defesa Civil Municipal continua atuante em regime de plantão durante a quarentena e pode ser solicitada através de ligação gratuita pelo número 153.

Temporal na cidade

No último feriado, dia 21 de abril, o temporal registrado em Teresina causou transtornos e prejuízos principalmente na zona leste da capital piauiense. Um carro modelo Renault Kwid, de cor branca, ficou totalmente submerso após ser arrastado para dentro de um bueiro, próximo ao Shopping Riverside, no bairro Jóquei.

A major Najra Nunes, do Corpo de Bombeiros do Piauí, chegou a relatar que uma mulher, que estaria dentro do veículo havia morrido, no entanto, a informação foi retificada posteriormente. O GP1 apurou que o veículo estava sem ninguém, estacionado na Rua Angélica, quando a correnteza formada pela chuva o arrastou pela Rua Senador Arêa Leão até cair no bueiro, ao lado da Avenida Ininga.

Mais estragos

Populares registraram imagens das situações em vários pontos da Capital durante a chuva. No bairro São Cristóvão, na Avenida João XXIII, um motorista ficou preso dentro do veículo e foi resgatado por uma equipe do Corpo de Bombeiros.

Já no bairro Horto, o motorista de um carro modelo HB20, tentou cruzar em um ponto alagado da Avenida Homero Castelo Branco, mas não conseguiu, e acabou sendo arrastado pela correnteza. Já o estacionamento do supermercado Pão de Açúcar, também na mesma região ficou completamente alagado.

Mais de 50 famílias prejudicadas

Por conta do grande volume de água, o bueiro que passa pela Avenida Ulisses Marques não suportou e transbordou, atingindo diversas residências e comércios. Cerca de 50 famílias foram prejudicadas com a força da água, que chegou a atingir 1,5 metros de altura.

A moradora Luciana Saraiva estava com o marido, filho, nora e uma neta de 2 anos em casa na hora do temporal. Em entrevista ao GP1 ela contabiliza o prejuízo. “A água invadiu geral. A geladeira nem vou arriscar ligar. O piso está afundando. A cama eu tirei porque não prestava mais. Eu perdi duas camas, meu guarda-roupa, uma televisão, dois racks, uma máquina de lavar e a geladeira. O piso está cedendo, a parede está rachada”, lamentou.

Luciana contou emocionada que a família teve que deixar a residência e que sua neta teve medo de morrer. “Na hora a gente só quis sair para não acontecer o pior. Tiramos só com os documentos e minha neta chorando desesperada dizendo ‘vovó nós vamos morrer afogados’”, continuou.

R$ 100 mil de prejuízo

A comerciante Rosa de Sousa, que tem uma mercearia ao lado de casa, contou que estava dormindo na hora da chuva e que foi alertada por um irmão de que a água estava dentro de casa. Rosa relatou ainda que seu filho de 12 anos estava se afogando e foi salvo por um tio.

“O prejuízo foi total. A mercadoria se acabou toda. Está tudo molhado, encharcado. Se não tivéssemos abandonado a casa, tínhamos morrido. Eu tenho um filho de 12 anos que estava se afogando, meu irmão chegou e salvou ele. Foi de repente, aqui nunca tinha acontecido isso, a água chegou a um metro e meio de altura”, contou.

Rosa contabiliza que com o alagamento tenha perdido cerca de R$ 100 mil. “Começou a encher e os freezers começaram a boiar. Corri para o bar e os seis freezers começaram a boiar como se fossem isopor. Meu irmão disse que não dava tempo salvar nada, senão eu morreria afogada. Perdemos celular, notebook, televisão. O prejuízo é de uns R$ 100 mil. Três guarda-roupas, oito freezers, um balcão, três camas, mesa de sinuca, cadeiras e outras coisas”, destacou.

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