Funcionários e passageiros de um ônibus de transporte coletivo urbano foram vítimas de um arrastão realizado por um bandido armado, na tarde desta quarta-feira (26), por volta de 12h25. O caso ocorreu na linha do bairro bairro Lourival Parente, na zona sul de Teresina. Conforme o Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário do Piauí (Sintetro-PI) esse é o 36º caso de arrastões.
Segundo uma das vítimas que não quis se identificar, o criminoso entrou normalmente no ônibus na Avenida Miguel Rosa e logo em seguida anunciou o assalto e obrigou o motorista a sair da linha. “Fomos assaltados dentro do ônibus Lourival Parente, o bandido entrou no início da Miguel Rosa e só saiu perto da Skol. Eu estava na última cadeira do ônibus, eu escondi algumas coisas embaixo do banco. Mas quem estava na frente acabou perdendo tudo. Ele tirou o veículo da linha”, relatou.
- Foto: Lucas Dias/GP1 Garagem de empresa de ônibus
36 casos registrados em 2 meses
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário do Piauí (Sintetro-PI), esse número de arrastões ocorreram ao longo de menos de dois meses. Conforme o sindicato, devido as muitas ocorrências não serem oficialmente registradas, pois ninguém acredita mais em uma ação por parte das autoridades para coibir essas ações criminosas.
Paralisação
Motoristas e cobradores de ônibus do transporte público de Teresina vão paralisar suas atividades na manhã desta sexta-feira (28), das 4h30 às 6h30. O objetivo da categoria é chamar a atenção das autoridades em relação a onda de arrastões que vêm acontecendo nos coletivos da capital.
Fernando Feijão, presidente do Sintetro, denunciou que a situação de assaltos está se agravando e que nenhum órgão de segurança se pronunciou ou tomou alguma medida a respeito. “Nenhum órgão de segurança se pronuncia. A imprensa está com a gente informando isso, mas o diálogo não se estabelece com órgãos de segurança pública. Nesse período de Carnaval a situação se agravou de uma forma absurda”, finalizou.
Secretaria de Segurança
No dia 24 de fevereiro, o secretário de Segurança Pública, Fábio Abreu, afirmou que a paralisação não passa de um “movimento político” e que o órgão já ofereceu “várias vezes” o sistema de segurança chamado “Botão do Pânico” implementado nos táxis. Ele ressalta que a SSP-PI não confirma os números de arrastões contabilizados pelo sindicato.
“Quais são os muitos arrastões que esse pessoal está falando? Porque eu tenho levantado aqui os números de boletins de ocorrência e não temos esses números de arrastões para justificar a paralisação de sindicato. A secretaria vai mostrar para a população que isso está sendo um movimento político, inadequado e em um momento irresponsável. Várias vezes já foi oferecido o botão do pânico. Já foi oferecida a possibilidade de botar o monitoramento online de câmera que eles têm dentro dos ônibus para qualquer situação, como acontece com as clínicas, mas eles não quiseram”, questionou o secretário.
Fábio Abreu contou que estão confundindo o número de pessoas roubadas com o número de arrastões a ônibus. Ele ressaltou ainda que a paralisação prejudicará a população e que tal movimento é “política pura”.
“Chega um veículo que teve o roubo, naquele ônibus tem 30 pessoas e as 30 registram essa ocorrência. Isso é roubo de 30 ônibus? Não. Ou seja, estamos fazendo um levantamento por linha, por número de ônibus e não por pessoa. O que eles estão fazendo é por pessoa e diz que foram 30 ônibus. Eu já falei com o comandante-geral para chamar e mostrar o sistema que deu resultado, mas por que os ônibus não querem? Sendo que qualquer coisa que ocorresse no ônibus era só acionar o botão de emergência e a viatura chegaria rapidamente. Política, política pura”, finalizou.
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