Motoristas e cobradores de ônibus do transporte público de Teresina vão paralisar suas atividades na manhã da próxima sexta-feira (28), das 4h30 às 6h30. O objetivo da categoria é chamar a atenção das autoridades em relação a onda de arrastões que vêm acontecendo nos coletivos da capital.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário do Piauí (Sintetro-PI), Fernando Feijão, disse em entrevista ao GP1 que são pelo menos dois assaltos por dia na cidade e que foram 33 arrastões desde o início de janeiro. O sindicalista destacou que muitas ocorrências não são oficialmente registradas, pois ninguém acredita mais em uma ação por parte das autoridades para coibir essas ações criminosas.
- Foto: Lucas Dias/GP1 Fernando Feijão
“Eles até dizem que esse número não existe, porque não tem registro, mas é porque as pessoas não estão mais acreditando, não querem fazer B.O porque não acreditam mais que aconteça alguma coisa. Nós tivemos 33 assaltos nos ônibus em menos de 2 meses nessa cidade. Na sexta-feira (28), nós vamos parar as atividades nas garagens até 6h30 da manhã, até para não prejudicar as pessoas que vão trabalhar, já que o comércio abre a partir de 7 horas. A tarde a gente pretende fazer outro ato, que ainda está sendo organizado”, disse Fernando.
Fernando Feijão ainda denunciou que a situação está se agravando e que nenhum órgão de segurança se pronunciou ou tomou alguma medida a respeito. “Nenhum órgão de segurança se pronuncia. A imprensa está com a gente informando isso, mas o diálogo não se estabelece com órgãos de segurança pública. Nesse período de Carnaval a situação se agravou de uma forma absurda”, finalizou.
Outro lado
Em entrevista ao GP1, o secretário de Segurança Pública, Fábio Abreu, afirmou que a paralisação não passa de um “movimento político” e que o órgão já ofereceu “várias vezes” o sistema de segurança chamado “Botão do Pânico” implementado nos táxis. Ele ressalta que a SSP-PI não confirma os números de arrastões contabilizados pelo sindicato.
“Quais são os muitos arrastões que esse pessoal está falando? Porque eu tenho levantado aqui os números de boletins de ocorrência e não temos esses números de arrastões para justificar a paralisação de sindicato. A secretaria vai mostrar para a população que isso está sendo um movimento político, inadequado e em um momento irresponsável. Várias vezes já foi oferecido o botão do pânico. Já foi oferecida a possibilidade de botar o monitoramento online de câmera que eles têm dentro dos ônibus para qualquer situação, como acontece com as clínicas, mas eles não quiseram”, questionou o secretário.
- Foto: Lucas Dias/GP1Secretário Fábio Abreu
Fábio Abreu contou que estão confundindo o número de pessoas roubadas com o número de arrastões a ônibus. Ele ressaltou ainda que a paralisação prejudicará a população e que tal movimento é “política pura”.
“Chega um veículo que teve o roubo, naquele ônibus tem 30 pessoas e as 30 registram essa ocorrência. Isso é roubo de 30 ônibus? Não. Ou seja, estamos fazendo um levantamento por linha, por número de ônibus e não por pessoa. O que eles estão fazendo é por pessoa e diz que foram 30 ônibus. Eu já falei com o comandante-geral para chamar e mostrar o sistema que deu resultado, mas por que os ônibus não querem? Sendo que qualquer coisa que ocorresse no ônibus era só acionar o botão de emergência e a viatura chegaria rapidamente. Política, política pura”, finalizou.
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