Bárbara Rodrigues
O lavrador Francisco de Assis Ferreira Ferro, de 52 anos, registrou no dia 4 de janeiro, na delegacia de Itaueira, um Boletim de Ocorrência contra o prefeito de Pavussu, Julimar Barbosa, e o segurança Carlos Gomes por lesão corporal. Um exame de corpo e delito também foi realizado. Francisco de Assis é irmão do ex-prefeito de Pavussu, Elias Ferreira Neto, e é casado com a vereadora de oposição Joseni da Costa e Silva.
No Boletim de Ocorrência, Francisco de Assis afirmou que no dia 4 de janeiro, por volta das 8h40, foi informado por uma pessoa que havia uma movimentação no seu terreno localizado na Rua Pedro Valério em Pavussu. Ele destacou que possui o registro do imóvel e o termo de concessão de uso de nº 08, de 2007, que permite que ele use o terreno.
- Foto: Reprodução
Boletim de Ocorrência e exame de corpo e delito
Francisco de Assis disse que quando chegou ao local, o cadeado já tinha sido arrebentado e que estavam abrindo a cancela. Uma equipe de uma construtora também estava no terreno.
“Eu tenho um terreno com registro de imóvel e tudo, mas o prefeito se apossou dele. Tem uma empresa que está fazendo asfalto aqui e botou o maquinário dentro do meu terreno, então eu fui lá perguntar quem era o encarregado da empresa, aí um rapaz respondeu que era ele. Quando eu fui ver, o prefeito já apareceu com um pau dizendo: eu vou te matar nego safado. Ele tentou bater na minha cabeça, mas eu me defendi com o antebraço. Aí ele e o segurança [Carlos Gomes] me chutaram e me bateram muito”, disse o lavrador ao GP1.
Francisco de Assis afirmou que conseguiu fugir e entrou na residência de uma pessoa conhecida. Logo depois ele foi até a delegacia de Itaueira, onde registrou o boletim de ocorrência. O delegado de Itaueira, Cayo Cézar Batista, solicitou que Francisco de Assis fizesse o exame de corpo e delito. Foi feita uma perícia ainda no dia 4 de janeiro que apontou que ele estava com escoriações e edemas traumáticos no antebraço e na perna direita.
- Foto: Arquivo Pessoal
Francisco de Assis Ferreira Ferro
Rivalidade
Francisco de Assis afirmou que existe uma rivalidade entre ele e o prefeito desde a eleição para a presidência da Câmara Municipal de Pavussu, onde a sua esposa, a vereadora Joseni Costa, pretendia se eleger ao cargo.
“Tem sim [uma rivalidade]. Eu era da base dele e aí teve um probleminha na Câmara, porque minha mulher é vereadora e ele não quis aceitar a minha esposa como presidente da Câmara. Então tivemos um rompimento e dali pra cá é só perseguição”, afirmou.
Prefeito nega agressão
O GP1 entrou em contato com o prefeito, que negou que tenha agredido Francisco de Assis, mas confirmou que os dois realmente possuem algumas desavenças. Julimar Barbosa afirmou que o terreno onde aconteceu a discussão é seu.
- Foto: Lucas Dias/GP1
Prefeito Julimar Barbosa
“Ele que vendeu o terreno pra mim, eu tenho o comprovante, e desde 2017 eu cerquei o terreno. Ele chegou no local, eu estava trabalhando com um funcionário que trabalha na prefeitura. Ele chegou lá me agredindo com palavras. E foi ele e esse funcionário meu que saíram nos tapas, eu não tenho nada com isso. Ele que chegou me agredindo”, afirmou.
Julimar ainda disse que o denunciante tem tentado prejudicar a sua gestão. “Esse cara vem acabando com o nosso município. Ele denunciou o próprio sogro dele, por não sei quantos processos. Denunciou até o irmão dele e hoje estão aliados. Vendeu todos os seus terrenos na cidade e hoje quer levar os terrenos e que amedrontar todo mundo na cidade, essa é a realidade. Eu que fui agredido por ele com palavras, ele que veio para cima de mim e o rapaz que estava comigo entrou na frente”, destacou.
Investigação
O GP1 entrou em contato com o delegado Cayo Cézar que informou que a investigação já foi iniciada e que o prazo para a conclusão do inquérito policial é de 30 dias. O prefeito ainda será intimado para prestar depoimento.
Outra agressão
Essa não é a primeira vez que o prefeito e o seu segurança são envolvidos em um caso de agressão. No dia 11 de dezembro de 2017, o prefeito Julimar Barbosa, e o seu segurança Carlos Gomes foram acusados de agredir fisicamente o então motorista do vereador Vinicius Valério, Arnoldo Pereira de Miranda.
Na ocasião o vereador da oposição contou que o prefeito “foi tirar satisfação alegando que ele [o motorista] estava falando da administração dele e não admitia isso. O rapaz disse que não, que nunca tinha falado dele e de uma hora pra outra, ele e o segurança, partiram para as agressões. Bateram no rapaz, deram um tapa no rosto que quebrou o óculos, machucando o olho, e começaram a querer pisar no rapaz, foi quando a população tomou a frente e tirou o rapaz”.
Na ocasião Julimar negou o caso, afirmando que o motorista "veio com palavras fortes, e não teve agressão nenhuma por parte da gente. Esse cidadão anda fazendo muita baixaria no município, falando de mim. O que houve foi uma discussão verbal".
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