Na manhã dessa quarta-feira (29) foi inaugurado o Ambulatório de Saúde Integral da População Trans – Makelly Castro, que está instalado dentro do Ambulatório Azul do Hospital Getúlio Vargas (HGV) e vai atender exclusivamente pacientes travestis e transsexuais.
O secretário estadual da Saúde, Florentino Neto (PT), afirmou que o ambulatório é uma reivindicação antiga e que está sendo possível após uma parceria realizada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) e a Fundação Piauiense de Serviços Hospitalares (Fepiserh).
“Estamos inaugurando no HGV um ambulatório de saúde integral para a população trans, então pretendemos atender de 180 a 200 pessoas por mês. É uma reivindicação da população trans, e por meio da Secretaria de Estado da Saúde e a Fepiserh temos aqui ginecologista, obstetra, endocrinologista, urologista, assistentes pessoais e psicólogos, toda uma equipe multidisciplinar para a gente ter um atendimento especializado para a população trans. Essa é uma demanda antiga”, explicou o secretário.
A vice-governadora Regina Sousa (PT) afirmou que esse será “um ambulatório específico para as mulheres trans, então uma reivindicação antiga para uma área de tratamento específica. Assim como teve para mulheres, a gente precisa para a população LGBTT também”.
Joseane Borges, Gerente de Encerramento a Homofobia no Estado, afirmou que as travestis e transsexuais são constrangidas quando procuram atendimento médico, por isso evitam procurar ajuda e até mesmo se automedicam.
“A procura de mulheres travestis e transsexuais é bem menor [nas unidades de saúde], pelo simples fato do momento dela ser constrangida por não ter a sua identidade de gênero respeitada e tampouco seu nome social, então a importância é essa. Aqui vão ter profissionais especializados para saber como tratar a população trans e dar encaminhamentos para que ela possa ser inserida de forma adequada na saúde. Então é uma atuação importante do governo do estado porque travestis e transsexuais são cidadãs de fato e de direito. Temos uma demanda grandiosa no Centro do LGBTT e vamos encaminhar para cá. As travestis e transsexuais têm um grande problema que é a automedicação, elas se automedicam porque não possuem um tratamento especializado, e hoje o Piauí está ganhando com essa iniciativa”, destacou Joseane.
Makelly Castro
O ambulatório recebeu o nome da travesti Makelly Castro, que foi assassinada no dia 18 de julho de 2014. O corpo de Makelly foi encontrado com muitos hematomas no bairro Distrito Industrial, zona sul de Teresina, apenas com roupas íntimas.
O professor Luís Augusto Nunes foi acusado pelo crime e foi julgado no Tribunal do Júri, sendo esse o primeiro caso a ir a júri popular por motivações homofóbicas. Só que em outubro os membros do júri reconheceram o professor como o autor do crime, mas optaram pela absolvição, em uma votação que foi de 4 a 3. Isso acabou gerando bastante polêmica.
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