Na manhã desta quarta-feira (28) o empresário Nelson Cândido foi ao 12º Distrito Policial registrar um Boletim de Ocorrência contra o empresário Euler Saldanha Pinage, dono da Construtora Vivace. O empresário acusa o dono da construtora de aplicar golpe de mais de R$ 1 milhão.
Em entrevista ao GP1 Nelson Cândido explicou que entregou a Euler um apartamento avaliado em R$ 600 mil e R$ 500 mil em espécie para a construção de uma residência no Aldebaran. O valor total, R$ 1.1 milhão, seria para a compra do terreno e para a construção da residência. O terreno custou R$ 200 mil e a obra foi orçada pela Vivace Construtora em R$ 900 mil.
- Foto: Helio Alef/GP1Nelson Cândido
“Ele construiu só 30% da casa e abandonou a obra. Já está com muito tempo que ele abandonou, tento entrar em contato com ele e não retorna mensagem, o telefone está desligado, isso é chato porque a gente trabalha praticamente a vida toda para construir uma casa, para realizar um sonho e acontece uma coisa dessas”, lamentou o empresário.
Nelson Cândido relatou que a obra seria finalizada por volta de novembro deste ano e que sempre ia com a família visitar as obras. “É triste para mim, para minha família porque enquanto estava construindo eu levava meus filhos lá, minha família e eles todo tempo me perguntando quando seria entregue e eu dizia que era lá para novembro e acontece uma coisa dessas”, continuou.
O empresário também relatou mais prejuízos que está tendo mensalmente, como os valores pagos com taxa de condomínio, contas de água e energia.
- Foto: FacebookEmpresário Euler Saldanha Pinange
Outras acusações
A agente penitenciária Joara Maria Roldão também registrou um Boletim de Ocorrência contra o empresário nesta quarta-feira (28). Joara relatou que em outubro de 2018 deu R$ 119.500,00 em espécie para que Euler iniciasse as obras de um empreendimento. Além da quantia, o empresário recebeu R$ 130 mil da Caixa Econômica e em maio desse ano receberia mais R$ 35 mil de Joara, para a finalização das obras.
“Quando eu notei que ele estava enrolando, não dei mais. Aí ele começou a levantar o muro para ver se me enrolava, para ver se eu dava os R$ 35 mil. Eu não caí. Foi onde fui atrás, descobri esse grupo e cada vez aumentando, aparecendo mais gente, cada um mais lesado e daí fomos ao Procon, viemos a delegacia, todo o procedimento jurídico e a gente começou a fazer”, explicou.
- Foto: Helio Alef/GP1Joara Maria Roldão
Joara Maria disse que espera que Euler seja preso e que acredita que ele aplicou um golpe nos clientes. A última vez que a agente penitenciária falou com o empresário foi em dezembro do ano passado, quando disse que queria acrescentar a construção de uma piscina em sua residência.
“Para mim ele é um estelionatário. Foi golpe sim. Certeza. Esse cara tem que ser preso porque ele roubou dinheiro de muita gente, foi muito dinheiro. Teve gente que foi R$ 1 milhão e pouco, deu entrada de carros, apartamentos, ele fez absurdos coma gente. Já que ele não pode pagar, tem que ser preso. Ele tem dinheiro. Com certeza ele já tirou do nome dele, colocou no nome da família. Que ele tem dinheiro, tem. Ele não teve como se desfazer desse dinheiro de um dia para outro. Ele andava ‘raiando’ aí no exterior”, continuou Joara.
Inquérito
O delegado Ademar Canabrava explicou que antes de ir na delegacia, algumas vítimas foram ao Procon e tentaram um acordo. Além do empresário e da agente penitenciária, uma promotora de Justiça, empresários e advogados também foram lesados pelo empresário, mas conseguiram acordo diretamente com o dono da construtora.
- Foto: Helio Alef/GP1Delegado Canabrava
“A promotora esteve aqui comigo e ia trazer uma representação, mas ela não vem mais porque fez um acordo. Conseguiram fazer um acordo e resolveram, mas a maioria está no prejuízo, são valores altíssimos. Estamos aconselhando todas as pessoas que estão aqui agora, que já fizeram o boletim para representar”, explicou.
Canabrava disse ainda que Euler prestou esclarecimentos à polícia todas as vezes que foi chamado e que disse estar passando por uma crise financeira, mas que iria honrar o compromisso firmado com os clientes.
“Ele disse que realmente estava em crise financeira, mas que ia conseguir uma construtora para substituir a dele para honrar o compromisso com as vítimas. Mas até agora não aconteceu, estamos aguardando uma posição do Procon para que venha uma documentação para saber se houve acordo ou não. Agora está em juízo, se houver novas representações vamos abrir novamente o inquérito e mandar para a Justiça”, finalizou.
Dilação de prazo
Em virtude da ausência de acordo mediado através do Procon, o delegado Ademar Canabrava informou que vai solicitar dilação de prazo e retomar as investigações sobre o caso, tendo em vista que novas denúncias foram formalizadas, como a do empresário que afirmou ter sido lesado em mais de R$ 1 milhão.
“Não vindo o acordo do Procon, nós pedimos uma dilação de prazo do inquérito e novamente a devolução para a delegacia. Vou aguardar o diretor do Procon encaminhar para cá uma documentação que vai dizer se teve acordo ou não. Então, na devolução do inquérito, vamos remeter novamente e aguardar a decisão do Ministério Público e Poder Judiciário”, pontuou o delegado.
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