Na manhã desta sexta-feira (14), sindicalistas e demais categorias da sociedade realizaram um ato contra a reforma da Previdência proposta pelo Governo Bolsonaro. Em Teresina, os manifestantes se concentraram na Praça da Bandeira e irão percorrer por todo o centro da cidade.
Em entrevista ao GP1, o vice-presidente nordeste da Associação Nacional dos Pós-graduandos, Cássio Borges, informou que a reforma da previdência, se for aprovada nos moldes que se encontra, pode ser prejudicial à classe trabalhadora e fazer com que boa parte da população contribua ainda mais para poder se aposentar.
“Nós estamos em frente ao INSS, o símbolo da previdência, a nossa principal pauta é contra a reforma da previdência nos moldes que estão colocados hoje. A reforma que está sendo apresentada é uma previdência que prejudica, principalmente, a classe base da sociedade que são justamente os trabalhadores, ou seja, quem tem menos dinheiro. Então são pessoas que vão ter que trabalhar mais, contribuir mais e fica cada vez mais difícil que ele consiga sua aposentadoria no final das contas. A nossa defesa é que não aconteça a Reforma da Previdência como está sendo colocada pelo Governo Bolsonaro”, comentou.
Outras pautas também estão sendo levantadas pelos manifestantes como o fim dos contingenciamentos orçamentários do Ministério da educação sobre as verbas destinadas às universidades federais. Na quarta-feira (12), o Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF-1) derrubou a liminar que havia barrado os bloqueios. O responsável pela decisão foi o desembargador federal Carlos Moreira Alves destacou que o contingenciamento das verbas não se deu apenas no âmbito do MEC, mas também nos demais órgãos do Executivo.
Além dos pós-graduandos, diversas classes sindicais participaram do ato o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado (Sinte-PI), Sindserm, Movimento Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores e entre outros. Muitos comerciantes do centro fecharam as portas devido aos protestos. O presidente dos Sindicatos dos Bancários do Estado, Arimatéia Passos, informou que houve um princípio de tumulto, porém logo foi resolvido.
“Nós fizemos uma assembleia na segunda-feira (10) para decidir à adesão da greve e a categoria escolheu participar das manifestações. Porém, a federação mandou a polícia proibir os bancos de abrirem mais cedo. Os policiais estiveram presentes para evitar a confusão. Mas, nós fizemos um retardamento à jornada e as agências vão abrir às 11h. Então, nós estamos aqui para lutar contra a reforma da Previdência Social, pois ela não contempla os empregados e também estamos lutando para a manutenção das empresas públicas já que o governo, através do supremo, resolveu vender as coligadas”, argumentou.
Policiais do setor de Gerenciamento de Crise da Polícia Militar estão acompanhando os protestos para evitar atritos. “A Polícia Militar está acompanhando, primeiro para impedir qualquer tipo de atrito e segundo para garantir a segurança dos manifestantes. A PM está presente e nós não tivemos, até o momento, nenhuma crise em que fosse necessária à nossa atuação”, comentou o tenente-coronel Iran Moura.
Paralisação dos ônibus
Os motoristas e cobradores dos ônibus também aderiram à paralisação. Apenas a cota mínima dos coletivos está circulando na Capital nessa sexta-feira (14).
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