Ingrid Cristina, diretora de Cultura da AMES (Associação Municipal de Estudantes Secundaristas de Teresina), denunciou ao GP1 que uma estudante de Belém foi agredida por policiais militares dentro da prefeitura, na tarde desta segunda-feira (24).
Segundo Ingrid, os estudantes foram até o Palácio da Cidade para uma reunião com o secretário municipal de Governo, Charles da Silveira, para tratar do congresso de estudantes que será realizado, na próxima sexta-feira (28).
“A gente chegou aqui era quase 8h, a gente ficou lá dentro porque tinha uma reunião marcada com o Charles, e ficamos esperando, acho que já era quase umas 10h30min quando falaram pra gente que talvez ele não viesse mais, então resolvemos continuar esperando e nada dele aparecer. Quando já eram 12h, disseram que ele não ia vir”, contou Ingrid.
A estudante contou que há meses foi enviado ofício sobre o congresso: “Resolvemos ficar aqui, pois há mais de quatro meses que protocolamos um ofício para poder fazer um congresso de estudantes de Teresina e não foi falado nada para tratar desse congresso, estamos esperando até hoje e ninguém fala nada, então resolvemos só sair daqui quando alguém se posicionasse”.
“Começaram a aparecer muitos policiais, então saímos para a frente da prefeitura porque estava muito abafado e eu comecei a passar mal, quando fomos tentar entrar de novo, os policiais começaram a agredir a gente, empurraram a minha amiga e foram pra cima dos meninos, eles estão lá dentro”, relatou.
Ainda de acordo com Ingrid, os estudantes que ficaram dentro da prefeitura estão sem comer e sem beber: “Tiraram o café deles, a água deles, desligaram o ar-condicionado e a luz, tá tudo desligado, só estão eles e os policiais lá dentro, trouxemos comida para os meninos, mas não deixaram a gente entrar e eles estão lá desde 8h da manhã sem comer nada aguardando o Charles”, denunciou.
“Nós só vamos sair daqui com alguma resposta, são 300 estudantes para ir para um congresso na sexta-feira e são 300 estudantes de Teresina esperando uma resposta. Porque a prefeitura iria dar uma verba para conseguirmos ônibus para os estudantes e também a alimentação e disseram que era para gente vir, a gente está aqui e nada”, finalizou.
Agressão
Bruna, que é representante da UESB (União dos Estudantes Secundaristas de Belém), afirma ter sido agredidas pelos policiais militares. “ Eu cheguei hoje, e vim direto para cá, nós viemos reforçar o congresso”, afirmou.
“A gente saiu para pegar um ar, quando fui tentar voltar, só para falar com um colega que a gente estava saindo porque a outra colega estava passando mal, eles me agarraram pela cintura, começaram a me agredir, puxaram arma para os meninos lá em cima. É inadmissível isso, o estudante só está buscando uma conversa pacífica com o secretário, não tem como a gente ficar sendo agredido dessa forma”, criticou.
Outro lado
A assessoria de comunicação da Prefeitura de Teresina informou que os alunos foram atendidos pela Chefe de Gabinete e informados da impossibilidade de concessão de auxílio financeiro em função da legislação eleitoral, mas que eles não aceitaram a resposta.
Ela também negou que houve agressão por parte dos policiais e que eles tenham "puxado" armas para os estudantes, além de ressaltar que imagens internas podem comprovar.
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