Considerado um centro de referência no Nordeste em atendimento a pacientes com deficiência, o Centro Integrado de Reabilitação (Ceir) também está atraindo a atenção de profissionais da saúde de todo o país pelo trabalho que desenvolve no tratamento de espasticidade.
Neste domingo (1°), dois médicos neurocirurgiões do Rio de Janeiro encerraram um treinamento de quatro dias focado nas mais modernas técnicas de avaliação e aplicação de toxina botulínica para o tratamento de espasticidade e cealorreia (aumento da saliva), realizadas pelo Centro Integrado.
- Foto: Divulgação/AscomNeurocirurgiões do RJ recebem treinamento no Ceir
A comitiva foi acompanhada pelo médico neurocirurgião e superintendente executivo do Centro, Francisco José Alencar, que também esteve à frente do treinamento. “Para nós é uma conquista sermos procurados por equipes de outras regiões, uma vez que, normalmente, o Nordeste busca o Sudeste à procura de capacitações. Isso é muito positivo para o nosso Centro de Reabilitação, nos engrandece, ao mesmo tempo que nos dá mais responsabilidade para estudarmos ainda mais e criarmos meios para recepcionar profissionais e estudantes que queiram treinar conosco”, diz o Francisco Alencar.
A espasticidade se caracteriza como um distúrbio neurológico progressivo que provoca deformidades nos músculos dos membros e movimentos involuntários bruscos, comprometendo a qualidade de vida e o tratamento da pessoa com deficiência físico-motora. Para o tratamento, o Ceir disponibiliza atenção multiprofissional, avaliação global, neurologia, neurocirurgia, fisioterapia adulta e infantil, terapia ocupacional e ortopedia.
- Foto: Divulgação/AscomTreinamento de neurocirurgiões no Ceir
A programação do treinamento teve início na quinta-feira (28), no Hospital Infantil, com o acompanhamento e observação das técnicas cirúrgicas de alta complexidade. Como o Centro atende em modalidade ambulatorial, os casos cirúrgicos são encaminhados aos hospitais de referência na reabilitação em alta complexidade do Estado.
Na sexta (29), a equipe esteve no Ceir durante todo o dia acompanhando as avalições e o mutirão de aplicações da toxina botulínica. O medicamento atua no relaxamento e bloqueio a atividade motora involuntária, reduzindo a dor e aumentando a amplitude de movimento dos pacientes e a eficácia de recuperação terapêutica. “Estou maravilhado com o sistema todo que se assemelha ao padrão da AACD, de São Paulo. Estou conhecendo procedimentos novos que irão agregar bastante ao trabalho que desenvolvo. O treinamento também serviu para ter uma ideia dos serviços prestados pelo Ceir e como eles beneficiam à população”, relata o médico cirurgião do Hospital Centro do Exército, do Rio de Janeiro, Jair Pimentel Alvim.
Para Segismundo de Melo Valadares, neurocirurgião piauiense que atua no Hospital Santa Isabel, de Cabo Frio, a possibilidade de aprender também se transformou em orgulho. “Fiquei feliz e orgulhoso por ver essa estrutura muito boa no nosso Estado. O benefício para a população e para as pessoas que precisam desse tipo de assistência é impressionante. Presenciamos procedimentos que nos deram uma percepção nova”, diz.
No sábado (30), também foi feito acompanhamento de cirurgias de Rizotomia Dorsal Seletiva (RDS) em paciente do Ceir. E, neste domingo, o treinamento foi concluído com a técnica de sedação para a aplicação da toxina botulínica. “Ao final, a equipe teve a oportunidade de ver um acompanhamento completo usando todas as técnicas para o tratamento de espasticidade, desde o uso de medicamento via oral, passando pela aplicação de Botox até ao procedimento cirúrgicos de alta complexidade”, conclui o superintende do Ceir.
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