O Ministério Público do Estado do Piauí ofereceu, nesta quarta-feira (03), denúncia contra o prefeito de Agricolândia e empresário, Walter Ribeiro Alencar, acusado de fraude em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Além do gestor, ainda foram denunciados a sua esposa e o sobrinho, que é vereador, Ramone Kelly Leal e Ítalo James de Alencar Sousa, e o empresário Mailson Lima Fernandes, proprietário da empresa Quality Serviços.
Segundo denúncia do promotor de Justiça, Mário Alexandre Costa Normando, em 2015 foi aberto inquérito civil público para investigar a prática de ato de improbidade administrativa que resultou na apropriação de dinheiro público. Além do município de Lagoinha, o esquema fraudou licitações em Hugo Napoleão, Olho D’ Água e Santo Antônio dos Milagres.
- Foto: Facebook Walter Alencar
Consta ainda que com base em relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e da Controladoria Geral da União (CGU), o promotor de Justiça requisitou de todos os municípios da Comarca cópias das licitações envolvendo as participações das empresas Médio Parnaíba, MER Alencar, Atlântica, Global Servs e J Rodrigues da Costa. Ao analisar os documentos, ficou constatada uma série de vínculos familiares e econômicos entre os sócios das empresas e o prefeito de Agricolândia.
De acordo com o MP, as empresas Atlântica, Global Service e J. Rodrigues Alencar, forjavam processos licitatórios, supostamente para beneficiar as empresas MER Alencar e Médio Parnaíba, que possuíam como sócio, a mãe de Walter Alencar. Depois de ser descoberto pela CGU, o prefeito de Agricolândia deu baixa na MER Alencar junto à Receita Federal. A empresa foi substituída pela Médio Parnaíba, com objetivo de dar continuidade as fraudes em processos licitatórios.
A Promotoria de Justiça de Água Branca descobriu essa nova movimentação dos denunciados, que realizaram várias alterações no quadro social da empresa Médio Parnaíba, colocando uma série de laranjas como sócios da empresa. A sede da mesma está em um imóvel registrado no nome do prefeito de Agricolândia.
Por último, o órgão ministerial verificou que as empresas não tinham capacidade econômica e operacional para executar as obras nos vários municípios nos quais participou de licitação.
A ação pede ao Poder Judiciário a condenação dos envolvidos no esquema por organização criminosa, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. Além da devolução dos valores ganhos com as fraudes para os cofres públicos e a aplicação de multa por danos morais de R$ 1 milhão de reais.
Outro lado
Os denunciados não foram localizados pelo GP1.
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