A Delegacia de Homicídios divulgou, nesta quarta-feira (03), vídeos de câmeras de segurança que mostram toda a ação dos policiais militares do 5º Batalhão, soldado Aldo Luís Barbosa Dornel e o cabo Francisco Venício Alves, que resultou na morte de Emilly Caetano, na noite de Natal.
O delegado Higgo Martins, responsável pelo inquérito, informou que nas imagens é possível ver que as janelas dos bancos da frente estão abertas, sendo possível identificar os passageiros. “O veículo encontrava-se com o vidro do condutor baixo, você tinha a visualização do condutor, e o vidro da passageira da frente que vinha com a criança também estava baixo, então você tinha visualização pelo menos dos ocupantes da frente e ele [policial] já efetuou os disparos mesmo com o veículo já parado”.
“As imagens corroboram porque elas registram todo o momento da ação em que os próprios policiais militares abordam o carro ocupado pela família e já efetuam disparos de arma de fogo contra o veículo”, relatou o delegado.
O delegado disse ainda que nada prejudicou a investigação: “As imagens corroboram com todos os depoimentos que já foram prestados pelas testemunhas tanto pelas que ocuparam o veículo que sobreviveram quanto as que a Polícia Civil conseguiu identificar. Embora os policiais militares não tenham sido apresentados isso não prejudica a nossa investigação policial porque os fatos por si só, as provas testemunhais, laudos pericias e as próprias imagens corroboram tudo com o inquérito policial”, garantiu o delegado.
Os dois policiais militares serão indiciados por quatro crimes: “A gente tá fundamento tudo dentro do inquérito. Eles estão sendo indiciados por homicídio doloso contra uma pessoa menor de 14 anos, que tem aumento de pena, houve o perigo comum com relação a outras pessoas que transitavam e que estavam ali na Avenida João XXIII e houve tentativa de homicídio doloso contra cinco outras pessoas que estavam no veículo e tem a questão da fraude processual”, declarou.
“Ele [o inquérito] está bem fundamentado para que a gente possa indiciá-los nesses crimes, são crimes que chegam a mais de 60 anos de condenação, mas a gente sabe que a nossa legislação só permite ter o cumprimento de 30 anos”, explicou.
Para o delegado, os policiais vão ser julgados pelo Tribunal do Júri.
Relembre o caso
Emilly Caetano da Costa, de 9 anos, morreu ao ser atingida com dois tiros durante uma abordagem da Polícia Militar na Avenida João XXIII, localizada na zona leste de Teresina, na noite do dia 25 de dezembro de 2017. A criança, juntamente com os pais e três irmãs, estavam em um veículo modelo Renault Clio.
- Foto: Facebook/Dayanne Evandro Emíle foi morta durante abordagem policial
Evandro Costa e Dayanne Costa, pais de Emilly, também foram baleados dentro do carro. Os dois policiais, Aldo Luís Barbosa Dornel e Francisco Venício Alves, que participaram da ação estão presos no presídio militar.
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