Ruas sem saneamento e sem iluminação pública, ausência de escolas, posto de saúde, coleta de lixo, transporte e policiamento. São estes alguns dos problemas enfrentados por cerca de 280 moradores do loteamento Santa Terezinha, localizado na zona rural sudeste de Teresina. A população reclama do abando por parte da Prefeitura.
Nossa equipe de reportagem foi até o local nesta quinta-feira (25) e conversou com a população. O estudante Mayrlon Rodrigues é cadeirante, e enfrenta sérias dificuldades para se locomover na região. “Com essa rua cheia de buracos é difícil até para um carro vir me buscar”, afirma.
A dona de casa Ana Lúcia, que mora há dez anos no loteamento, reclama principalmente da insegurança e da falta de coleta de lixo “Tem 10 anos que é assim, na região tem muito mato e os ladrões entram nas casas para roubar quando o povo sai. Também não tem coleta de lixo, estamos queimando o lixo, porque não tem outro jeito”, colocou.
Em relação a iluminação pública, moradores mostraram talões da Eletrobras onde é cobrada a taxa de iluminação pública, o que contrasta com os postes ainda sem lâmpada. Francisco Aparecido, que é pedreiro, mora no local há mais de seis anos e afirma que quer sair dali, por conta das dificuldades que enfrenta. “Venho pagando a taxa de iluminação pública e não tenho benefício, há quatro meses estamos pagando a taxa. Ultimamente eu ando com muito medo, a noite fico acordando para ficar olhando, tem um povo estranho que fica aqui. Vou vender a casa, quero sair daqui”, relatou ao GP1.
Um casal de idosos que vive sozinho em uma casa, sofre principalmente pela falta de assistência na saúde. O senhor Raimundo Nonato e a senhora Ana Sousa estão sem receber medicações, que deveriam ser disponibilizadas gratuitamente pelo Estado, porque não conseguiram fazer uma consulta na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, localizada na Taboca do Pau Ferrado. “É difícil para se locomover, aqui não marca consulta, vou lá para a UBS e o remédio de pressão e coração eu tenho que comprar, não ganho porque não consigo marcar consulta”, conta o senhor Nonato.
Os moradores do loteamento ainda não possuem uma associação, o que tem dificultado nas reivindicações, pois, segundo relatos, a Prefeitura de Teresina pede que as pautas sejam formalizadas por meio de uma associação.
O que diz a prefeitura de Teresina
O GP1 procurou, nesta sexta-feira (26), a Superintendência de Desenvolvimento Rural (SDR) de Teresina, que, por meio de sua assessoria, respondeu que o loteamento é uma invasão, e que não é reconhecida pela Prefeitura de Teresina. “Localizamos o lugar e segundo um dos gerentes da SDR, lá ainda é uma invasão”, declarou a assessoria.
Nossa reportagem insistiu, afirmando que a superintendência poderia estar confundindo, visto que os moradores do loteamento inclusive pagam taxa de iluminação pública. A assessoria da SDR ficou de averiguar a situação e enviar resposta, o que não aconteceu até a publicação desta matéria.
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