Agentes da Polícia Civil impediram uma fuga de homens presos na Delegacia de Campo Maior na noite dessa segunda-feira (03). Eles cavaram um buraco em uma parede utilizando um azulejo e foram flagrados durante uma vistoria realizada pelos plantonistas.
- Foto: DivulgaçãoBuraco cavado dentro da delegacia
O GP1 conversou com o delegado titular de Campo Maior, Anchieta Nery, que informou detalhes da ação. “Como a estrutura da nossa carceragem é muito ruim, desde o mês passado determinamos que os plantonistas fizessem duas vistorias por dia em horários alternados, e ontem, na vistoria da noite, encontramos esse buraco, que foi feito com um azulejo. Com esse buraco eles iriam chegar em um pátio interno da delegacia, e consequentemente ao muro de acesso à área externa. Somente este ano tivemos duas fugas, não fosse a ação dos plantonistas, teríamos a terceira”, explicou. O delegado contou que dois dos três indivíduos que escaparam na ocasião dessas duas fugas foram recapturados.
Anchieta Nery afirmou que hoje a unidade policial se encontra superlotada, com doze pessoas presas, e que algumas se encontram detidas no local há mais de 30 dias. “A partir dessa lotação eles ficam inquietos, são doze homens presos em celas inadequadas, porque a delegacia não tem estrutura para custodiar um preso, é ideal que a pessoa passe aqui no máximo dois dias, somente enquanto é feito o procedimento. Depois que o poder judiciário toma as providências a pessoa deve ir para uma penitenciária, que é o local adequado, imaginem, uma pessoa há 30 dias sem um banho de sol, sem receber visitas, sem poder ter uma conversa com um advogado em um ambiente melhor. Acabou que, com toda essa revolta, eles fizeram uma nova tentativa de fuga”, avaliou.
Anchieta Nery contou que a delegacia possui duas celas, contudo, com o comprometimento da estrutura de uma delas, as doze pessoas estão todas em uma cela, que é menor que a outra. “Se hoje uma mulher ou um adolescente forem conduzidos à delegacia não terão onde ficar, pois deveriam ficar em celas separadas. Está mais do que provado que nossa carceragem não tem condições de continuar recebendo presos”, declarou.
Ainda segundo o delegado, a Secretaria de Estado da Justiça do Piauí (Sejus) já entrou em contato, a fim de providenciar o recambiamento dessas pessoas.
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