Após a divulgação da anulação da primeira etapa do concurso da Polícia Militar do Piauí, candidatos estão insatisfeitos com a banca organizadora. A informação foi confirmada na manhã desta segunda-feira (22), pelo presidente do Núcleo de Concursos e Promoções de Eventos da Universidade Estadual do Piauí (NUCEPE), Pedro Soares. A prova deste domingo (21) teve doze pessoas conduzidas ao Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), com gabaritos e informações das provas.
O estudante Marcelo Cardoso, da cidade de Timon (MA), disse que ficou muito triste com a notícia da anulação do exame. “Me dediquei muito, estudava pelo menos duas horas por dia, às vezes de madrugada, não é justo que alguém queira entrar para a PM pela porta dos fundos, estou me sentindo lesado”, revelou.
Marcelo acredita que terá mais tempo para estudar as disciplinas de matemática e língua portuguesa. “Foi minha primeira experiência em concurso público, sonho muito com a estabilidade financeira, foi bom que senti como é o clima na hora da prova, agora é só continuar estudando para melhorar nas disciplinas que não fui muito bem, como língua portuguesa e matemática”, disse.
Para Marcos Davi, de 21 anos, a fiscalização do certame foi muito falha, já que muitas pessoas entraram no local da prova com aparelho celular. “Não houve se quer uma revista. Onde fiz a prova, apenas dois policiais militares faziam a segurança da escola, eles apenas preguntaram se estava com celular e não me revistaram, qualquer um podia entrar com celular tranquilamente”, contou.
- Foto: Rafael Galvão/GP1Viatura do Greco na UESPI
Davi disse ainda que se o Nucepe realizar novamente a prova, não vai participar do certame. “Não acredito mais nessa instituição, só vou fazer concurso agora em que o Nucepe não seja organizador, é frustrante saber que agora em todo concurso tenha fraudes”, revelou o candidato.
Segundo Márcio Lima, professor do CEV, com essas fraudes, a banca organizadora perde cada vez mais credibilidade. “O Nucepe tem que reavaliar a forma de aplicação das provas, é uma banca que tem cada vez menos credibilidade no cenário, não só local, mas também nacional, essa não é a primeira vez que um concurso é anulado, é lamentável”, comentou o professor.
Ele recomenda que os candidatos não desanimem e continuem estudando. “Não é hora do aluno desistir, muito pelo contrário, é hora de continuar estudando, fazendo uma reflexão de que realmente seria classificado com a atual pontuação”, disse Márcio.
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