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Teresina - Piauí

Maternidade realiza 1° cirurgia em bebê durante cesariana no Piauí

Até então, os bebês diagnosticados eram submetidos ao procedimento em 24/48 horas depois de nascidos, o que gerava risco mais elevado de infecção, além de maiores custos hospitalares.

A Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) realizou a primeira cirurgia no Piauí de correção cirúrgica primária de Gastrosquise Fetal no momento da cesariana (antes do clampeamento do cordão umbilical). A Secretaria de Saúde do Piauí informou que tanto a mãe, como o bebê estão em boa recuperação e sendo acompanhados por uma equipe médica.

“Participamos de um marco na nossa Maternidade Pública: a primeira cirurgia, desse tipo, com sucesso em hospital público do nosso Estado”, comemorou o médico obstetra e de medicina fetal, Jailson Costa Lima, que também atua como professor do Programa de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI).


  • Foto: Divulgação/AscomEquipe médica que realizou a primeira cirugia em bebê no momento da cesariana no PiauíEquipe médica que realizou a primeira cirugia em bebê no momento da cesariana no Piauí

O médico obstetra disse que a Gastrosquise Fetal é uma malformação congênita caracterizada por defeito na formação da parede abdominal, permitindo que as vísceras abdominais, como estômago e intestinos, saiam por uma abertura. A média de incidência na Evangelina Rosa é de um caso por mês, ou seja, uma proporção de um nascimento de fetos com Gastrosquise Fetal a cada mil nascimentos. A frequência varia de acordo com a população.

Até então, os bebês diagnosticados eram submetidos ao procedimento em 24/48 horas depois de nascidos, o que gerava risco mais elevado de infecção, além de maiores custos hospitalares, uma vez que, após o parto cesáreo, seguiam ao berçário com as alças intestinais exteriorizadas com o uso de proteção.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Maternidade Evangelina RosaMaternidade Dona Evangelina Rosa

“Além disso, os recém-nascidos nesse procedimento são submetidos a uma anestesia geral e a cirurgia convencional, feita pelo cirurgião pediátrico, onde há maior possibilidade da parede abdominal, não consegue ser fechada porque as alças se distendem muito, aumentando a probabilidade de um fechamento não primário”, explicou o obstetra.

O médico fetal destacou ainda a importância da triagem dessas crianças, ou seja, que os médicos de outras localidades, uma vez tendo o diagnóstico por ultrassonografia, referenciem para a Maternidade Dona Evangelina Rosa.

Jailson Costa anunciou que neste mês de março a Maternidade deve inaugurar um laboratório específico de fetos malformados.“Vamos ter um laboratório de medicina fetal específico para bebês com malformações, para que possamos aperfeiçoar o atendimento às gestantes para profissionais especializados”, destacou.

Compuseram a equipe os médicos de cirurgia pediátrica, Ivo Viana e Bruno Falcão (responsáveis pela cirurgia abdominal no feto e recém-nascido), da Medicina Fetal e Obstetrícia, Jailson Costa (responsável pelo diagnóstico, critérios de interrupção da gravidez e classificação da Gastrosquise Fetal), além de profissionais da anestesiologia (anestesia aplicada na mãe que passa para o feto), pediatria clínica e residentes.

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