O delegado Barêtta, coordenador da Delegacia de Homicídios, revelou na tarde desta segunda-feira (20), em entrevista ao programa Patrulha, da TV Meio Norte, que o laudo do carro do capitão da PM, Allisson Wattson, que matou a namorada Camilla Abreu, mostrou que a jovem foi colocada no porta-malas do veículo.
“O delegado Emerson teve todo o cuidado de requisitar os exames necessários e esse exame do veículo foi feito com muita cautela, inclusive, em horário noturno para aplicar o reagente necessário e lá foi encontrado sangue tanto dentro de veículo, no teto, no banco, como também no porta-malas do veículo, isso significa que a Camilla repousou naquele local”, afirmou o delegado.
- Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Barêtta
Barêtta também falou do laudo cadavérico da estudante: “Eu queria, inclusive, aproveitar para parabenizar o médico legista, porque ele fez um belo trabalho no laudo, ele disse que encontrou lesões que mostram que a Camilla teve intenso sofrimento físico e psicológico. Ela foi espancada, tinha lesões tanto na perna, na tíbia e na coxa esquerda, como na barriga e escoriações de arrasto nas costas”, declarou.
O delegado explicou ainda porque a prisão preventiva de Allisson não foi pedida antes: “Nós já tínhamos elementos suficientes para pedir a prisão preventiva dele quando começamos a investigação, o problema é que pela questão de estratégia da investigação criminal, nós optamos por pedir a prisão temporária de 30 dias, que poderia ser renovada por mais 30, porque se pedisse a prisão preventiva, nós só tínhamos 10 dias”, esclareceu.
“O delegado Emerson agora vai se debruçar sobre o inquérito para fazer o relatório e encaminhar os autos ao Poder Judiciário. Eu quero garantir que essa peça, que está sendo encaminhada, é uma peça investigatória de alto nível, onde o Ministério Público vai ter base para oferecer uma denúncia robusta e o meritíssimo juiz se apoiar para instrução criminal que leve o autor do crime para o júri popular e que a sociedade piauiense decida quanto tempo ele vai passar na cadeia”, finalizou.
O crime
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
- Foto: FacebookAllisson e Camilla Abreu
Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.
Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem. No início da manhã da terça-feira (31), o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu.
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