A miss Brasil, a piauiense Monalysa Alcântara, fez uma publicação de repulsa, na sua conta pessoal no Instagram, na noite dessa quarta-feira (01), contra o assassinato da jovem Camilla Abreu pelo namorado, o capitão Allisson Wattson. No final do texto, a miss se solidariza com a família da vítima.
Monalysa Alcântara deixou público, nacionalmente e internacionalmente, o fato que chocou o estado do Piauí durante essa semana, quando o crime aos poucos era desvendado, e as provas eram reveladas a sociedade.
- Foto: DivulgaçãoMiss Monalysa e Camilla Abreu
No decorrer da publicação, a miss revelou que no Brasil foram registrados 2.925 casos de femicídios e informou que entre março de 2016 e março de 2017, oito mulheres morreram por dia.
“Merecemos paz, respeito, amor, compreensão, não podemos aceitar que a maldade instalada em alguns corações, dominem e ecoem mais alto que as vozes do bem! Não aceitamos a violência doméstica, e nenhuma outra forma de violência. Hoje a dor desta família é também de todas nos mulheres, que morremos um pouco a cada nova “Camilla” vítima de homens completamente desequilibrados”, disse.
Confira a publicação na íntegra
Venho hoje falar de uma história muito triste que aconteceu em meu estado, Piauí, onde uma menina de 21 anos, chamada Camilla Abreu (esta da foto postada), estudante de Direito e cheia de sonhos, foi brutalmente assassinada pelo seu namorado, um Capitão da Polícia Militar do Piauí. É inadmissível que a sociedade constituída aceite esta situação. As autoridades cabíveis precisam dar uma resposta! Quantas de nós terão que sofrer abusos pelo machismo que em inúmeros casos leva ao feminicídio?
No Brasil foram registrados 2.925 casos de femicídios! Sabe o que isso representa? Que entre Março de 2016 e Março de 2017, oito mulheres morreram por dia! Isso é assustador! Nós mulheres, não podemos em hipótese alguma aceitar sermos subjugadas! Merecemos respeito, merecemos uma justiça mais coerente em relação aos direitos da mulher, assim como ninguém tem o direito de julgar e macular a imagem de uma menina, cheia de vida e de sonhos.
Merecemos paz, respeito, amor, compreensão, não podemos aceitar que a maldade instalada em alguns corações, dominem e ecoem mais alto que as vozes do bem! Não aceitamos a violência doméstica, e nenhuma outra forma de violência. Hoje a dor desta família é também de todas nos mulheres, que morremos um pouco a cada nova “Camilla” vítima de homens completamente desequilibrados.
Meus sentimentos a família desta linda princesa.
Entenda o caso
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu na última quinta-feira (26). Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações.
O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.
Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem.
No início da manhã desta terça-feira (31), o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã desta quarta-feira (01), o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu.
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