O Instituto Médico Legal (IML) concluiu, nesta quarta-feira (01), que a morte da estudante de direito Camilla Abreu foi ocasionada por um único disparo de arma de fogo na cabeça. Porém, peritos visualizaram que a vítima possuía também lesões nas pernas, fato que poderia ser decorrente de possíveis agressões sofridas por Camilla.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1IML remove corpo da estudante Camilla Abreu
Segundo o perito do IML, André Biondi, após exames preliminares, o médico perito constatou que realmente possuíam hematomas nos membros inferiores da jovem.
“Conversei com o médico perito que fez o exame, existiam sinais, equimoses, nos membros inferiores como se fossem hematomas, que sugerem de fato que ela pode ter se machucado nas pernas com algum instrumento contundente, porém somente com o resultado oficial dos exames poderemos determinar se a lesão é anterior ou posterior a morte, e mais detalhes de qual objeto seria o causador”, relatou André.
Sobre a causa da morte, André foi enfático em dizer que a causa já foi constatada pelos médicos, “como lesão fatal, de fato foi um disparo de arma de fogo no crânio, um disparo transfixante, com sentido da direita para esquerda de cima para baixo”.
Estupro
O capitão da PM Alisson Wattson afirmou, em depoimento à polícia, que teria atirado na vítima acidentalmente após terem tido relação sexual dentro de seu veículo, por esse motivo, o delegado Emerson Leal, responsável pelo caso, pediu que o IML realizasse exame para analisar se realmente a relação foi consensual ou se foi forçada caracterizando o crime de estupro contra a jovem. Se confirmado, Alisson poderá responder por três crimes, homicídio triplamente qualificado pelo feminicídio, ocultação de cadáver e estupro.
Entenda o caso
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu na última quinta-feira (26). Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
- Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla Abreu
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações.
O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.
Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem.
No início da manhã desta terça-feira (31), o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã desta quarta-feira (01), o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu.
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