A Polícia Civil do Piauí , através da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as Relações de Consumo, indiciou o empresário Marcondes dos Santos Pereira , dono da Mont Real Construtora, pelo crime de estelionato contra dez vítimas em Teresina. O inquérito foi concluído pelo delegado Sebastião Alencar no dia 16 de maio.
Marcondes dos Santos Pereira já é réu em outro caso de estelionato e está preso desde o dia 25 de março. Conforme o relatório final do inquérito, as dez vítimas procuraram a polícia e representaram criminalmente contra o empresário entre fevereiro e abril deste ano.
Vítimas
A primeira vítima, S. K. A. de A. , registrou um boletim de ocorrência no dia 5 de fevereiro e denunciou que entregou R$ 121.000,00 para a construtora de Marcondes dos Santos, com o objetivo de construir um imóvel, no entanto, só teve parte do muro e a cava de fundação executados.
No dia 18 de março, duas pessoas procuraram a polícia para denunciar o empresário, L. P. N. e D. D. de S . A primeira revelou que firmou contrato com a empresa visando a construção de um imóvel no bairro Vale Quem Tem e repassou a quantia inicial de R$ 11.695,45. No entanto, nada foi feito e o dinheiro não foi devolvido. Já o segundo, por outro lado, informou que repassou R$ 40 mil para a construção de uma casa no Loteamento Juruá e a obra até foi iniciada, mas parou e não houve retorno por parte da construtora.
A quarta vítima, M. da S. R. , procurou a polícia no dia 19 de março e declarou que fez um contrato de R$ 140 mil com a Mont Real para a compra de um imóvel, tendo repassado inicialmente a quantia de R$ 25 mil, mas nada foi construído. No dia 22 de março, a quinta vítima, C. R. P. L. , registrou boletim de ocorrência contra a construtora declarando que fez um contrato de R$ 152.601,00 com o empresário, entretanto, a obra acordada entre as partes não foi realizada.
Ainda em março, C. R. O. denunciou que celebrou contrato de reforma da sua casa com o empresário, com adiantamento de R$ 20 mil, e teve sua residência demolida, não havendo continuidade da obra. Segundo a denunciante, Marcondes afirmou que houve mora de favor na casa de familiares.
W. da S. A. também denunciou o empresário e declarou que repassou R$ 3 mil e mais três parcelas de R$ 362,50, no entanto, a obra não foi feita. A oitava vítima, J. V. R. S. , afirmou que celebrou contrato com a empresa para construção de um imóvel no Loteamento Conviver, tendo repassado R$ 10.855 para o empresário, que não cumpriu o acordo.
M. R. da S. também fez um contrato com Marcondes para uma construção no Loteamento Conviver, no entanto, revelou que nenhuma obra foi feita, tendo perdido R$ 7 mil e mais custas cartorárias de R$ 1.687,00 repassados ao dono da construtora. A última vítima, B. L. A. da C. denunciou que pagou via PIX R$ 5.052,00 e a obra de seu imóvel nunca foi feita.
Em todos os casos, segundo as vítimas dos golpes, o empresário se negou a devolver o dinheiro. “Vislumbra-se da análise das declarações e documentação acostada nos autos que o Sr. Marcondes Santos Pereira, representante legal da empresa Mont Real e MP Empreendimentos atraiu desde o ano de 2018 todas as pessoas acima citadas para realização do sonho da casa própria e ludibriando-as apropriou-se de suas rendas pessoais e familiares e nenhum imóvel foi entregue e demonstrou absoluto desdém quanto a devolução dos valores surrupiados de seus clientes”, destacou o delegado no relatório final da investigação.
Marcondes dos Santos Pereira então foi indiciado pelo crime de estelionato contra as dez vítimas e o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário.
Prisão
O empresário Marcondes dos Santos Pereira, dono da Mont Real Construtora, foi preso preventivamente no dia 25 de março pela 3ª Delegacia Seccional de Teresina, por crime de estelionato, acusado de aplicar golpes em vítimas do setor imobiliário na cidade de Teresina-PI e também nos estados do Maranhão, Tocantins e Alagoas.
A ação, coordenada pela delegada Amanda Bezerra, teve início no dia 25 de março de 2024 com a prisão do alvo em Luís Correia, e foi finalizada na manhã do dia seguinte, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em um condomínio de luxo, localizado na zona sudeste da Capital piauiense.