O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa ( DHPP ) está aprofundando as investigações acerca do duplo assassinato de Francisco Eduardo Guimarães Santos e Ana Heloise Ferreira Guimarães , pai e filha, registrado na noite da última quinta-feira (11), no Parque Vitória, zona sul de Teresina, e a suspeita é que além dos quatro alvos capturados, recentemente, outras três pessoas possam estar relacionadas ao crime.
O trabalho de investigação que teve início logo após ao duplo homicídio permitiu ao delegado Danúbio Dias chegar a um quinto alvo, contra o qual há um mandado de prisão, e os levantamentos apontam ainda para a participação de uma mulher e outro homem.
“Atualmente, nós temos quatro presos, sendo um adulto e três adolescentes. Um quinto elemento já está identificado, inclusive, há um mandado de prisão preventiva contra ele. No total nós acreditamos que, pelo menos, seis indivíduos participaram da execução do crime, podendo ser a possível inclusão de mais um sétimo que, segundo testemunhas, poderia ser uma mulher. Obviamente, ainda vamos tentar confirmar essa informação, mas, de concreto, temos a participação de, pelo menos, seis indivíduos”, explicou o delegado Danúbio Dias.
Conforme a autoridade policial, um dos quatro primeiros alvos declinou, com riqueza de detalhes, o local onde possivelmente a arma utilizada para matar Ana Heloise Ferreira Guimarães e Francisco Eduardo Guimarães Santos estaria escondida. Com o trabalho de campo realizado entre a Polícia Militar e Polícia Civil, foi possível encontrar o armamento, trata-se de um revólver que poderia ser da vítima, que no momento da invasão dos acusados à sua casa, revidou, mas sem sucesso.
“A testemunha ocular relatou que a vítima, naquela ocasião, portava um revólver calibre 38 e a vítima revidou às agressões, atirando contra os autores do crime. Na cena do crime, inclusive, nós encontramos disparos de arma de fogo que foram efetuados de dentro para fora do imóvel, que confirma a afirmação da testemunha de que a vítima estava armada. Esse revólver de Francisco Eduardo foi subtraído e há possibilidade de que uma das armas que foram apreendidas talvez seja da vítima, pois as características descritas da arma coincidem com o revólver que foi apreendido na madrugada do último sábado”, relatou o delegado Danúbio Dias.
Criança foi morta dentro do quarto
Ainda não é possível apontar fielmente que os acusados sabiam que a criança Ana Heloise Ferreira Guimarães estivesse na linha de tiro, já que a vítima foi morta dentro do quarto, no momento da troca de tiros entre o pai dela e os criminosos. O certo é que há três marcas de disparos no portão da residência e a criança foi atingida com três tiros. Posteriormente, o Instituo de Criminalística poderá atestar se os projéteis que transfixaram o portão foram os mesmos que atingiram o corpo da pequena Heloise.
“Há possibilidade de que os disparos efetuados de fora para dentro, na transversal, acabaram atingindo uma criança. Inclusive, a quantidade de disparos na porta foram três e a criança foi atingida por três disparos. Então, acreditamos que foram esses tiros, na transversal, que atingiram a criança”, concluiu o delegado.
Novas diligências
Novas diligências estão sendo desencadeadas pela equipe do DHPP, com o objetivo de estancar todas as informações que ainda restam serem comprovadas e juntadas ao inquérito policial, instaurado para esclarecer o duplo homicídio.
O duplo homicídio
Na noite da última quinta-feira (11), homens armados invadiram a residência de Francisco Eduardo Guimarães Santos, localizada no Parque Vitória, e o assassinaram juntamente com a filha, Ana Heloise Ferreira Guimarães. Os criminosos tinham como alvo Francisco Eduardo, entretanto, os tiros atingiram, também, a criança.
Ana Heloise ainda foi socorrida por familiares, mas não resistiu aos ferimentos e foi a óbito. O pai, Francisco Eduardo, morreu na hora.
Briga de facções
O delegado Barêtta, diretor do DHPP, informou que o crime brutal tem relação com briga de facções criminosas. Segundo ele, Francisco Eduardo era membro do Bonde dos 40 e foi morto por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). “Ocorreu por briga de facções, porque a vítima pertencia ao Bonde dos 40 e os outros indivíduos ao PCC, mas é preciso que a gente prove, que gente trabalhe e investigue, pois uma coisa é supor e outra é provar e a Polícia Civil, através do DHPP, tem essa atribuição de investigar, identificar e prender criminosos, evidentemente”, explicou.