Três pessoas de nomes não revelados foram presas na tarde desta segunda-feira (16) no bairro Porto Alegre, zona sul de Teresina, acusadas de sequestrarem um recém-nascido e manter a mãe biológica da criança em cárcere privado.
Em entrevista ao GP1 na manhã desta terça-feira (17), o tenente Israel Machado contou que a PM foi acionada via COPOM por volta das 12h para atender o caso de uma pessoa que estava sendo mantida em cárcere privado. A guarnição se deslocou até a residência na rua Joca Claudino, no Porto Alegre para fazer a verificação.
- Foto: Lucas Dias/GP1Tenente Israel Machado
"Quando chegamos na residência, tentamos entrar em contato com a proprietária da casa e logo que ela saiu ao portão para atender a nossa guarnição, ela ficou com um semblante de muito nervosismo. Nós indagamos a proprietária sobre essa situação e no primeiro momento ela disse que não. A gente perguntou se nós poderíamos entrar na casa e com o consentimento e autorização dela entramos. Em um dos cômodos da casa a gente encontrou a senhora Naira de Sousa Cabral, de 25 anos e natural do estado da Bahia", informou o tenente.
A equipe da PM começou a indagar a vítima sobre o motivo em que ela estava dentro da casa, "em um primeiro momento, ela se sentiu ameaçada pela presença da proprietária da casa, em seguida, a gente afastou a proprietária e aí conversamos mais reservadamente e ela relatou a situação", comentou o tenente Israel.
A mulher afirmou que é garota de programa e que conheceu a proprietária da casa, identificada como dona Cleide Holanda Pereira através de uma amiga na cidade de Parnaíba. "Segundo ela, sua família não sabe que ela é garota de programa e que estava grávida. Ela teve essa criança na maternidade do Promorar há 15 dias e disse que a filha foi tirada dela com poucos dias de nascida e que não tinha tido mais contato com a criança. Ela sabia apenas de um casal através da dona Cleide que queria a adoção da criança, porém, ela disse que não teve o consentimento e que não tinha a vontade de doar a criança. Afirmou ainda que a criança foi tirada a força dela e dada a esse casal que reside no Santa Luzia, próximo ao Saci", explanou o tenente.
"A gente foi com a proprietária da casa até onde estava esse casal e constatamos que a criança estava em posse deles, o senhor Francisco das Chagas Medeiros e a senhora é Ivoneide Filomena de Oliveira. O que nos chamou mais atenção é que na hora da apreensão dos documentos do recém-nascido, a declaração de nascimento da criança estava com o nome da Ivoneide e não o nome de Naira como mãe, o que leva a crer, segundo a dona Naira, que ela tinha nos relatado, que os seus documentos haviam sido confiscados e que teriam também sido falsificados pela dona Cleide. Ela acha que a dona da casa não queria somente doar, mas vender a criança para o casal", completou.
Os três envolvidos no caso foram presos em flagrante e encaminhados para a Central de Flagrantes de Teresina. Eles devem responder pelos crimes presentes no Art. 242 do Código Penal, que se trata de dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outro; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil.
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