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Plano de ajuda humanitária à Venezuela será mantido, diz porta-voz

O vice-presidente Hamilton Mourão disse que o Brasil não pretende participar de eventual intervenção militar na Venezuela.

O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, afirmou em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira, 21, que a segurança na faixa da fronteira do Brasil com a Venezuela é "normal". Segundo ele, não houve 'mudança de comportamento' após o anúncio do presidente venezuelano Nicolás Maduro de que o acesso ao Brasil seria fechado a partir das 20h.

Rêgo Barros também disse que está mantida a previsão de entrega de ajuda humanitária - alimentos e medicamentos, principalmente - a venezuelanos a partir do próximo sábado, 23, na fronteira da cidade roraimense de Pacaraima com o país vizinho. "Caminhamos de forma alinhada com o governo de Roraima para dirimir qualquer problema", afirmou. "A operação humanitária terá início no dia 23".


  • Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoOtávio do Rêgo BarrosOtávio do Rêgo Barros

Mais cedo, o governador de RR, Antonio Denarium (PSL), disse que a fronteira terrestre entre Brasil e Venezuela havia sido fechada por tanques de tropas venezuelanas por volta das 15h20. O porta-voz afirmou, contudo, que a fronteira ainda estava aberta no final da tarde, com fluxo normal. Depois disso, Denarium recuou, afirmando que a confirmação do fechamento só ocorrerá na sexta-feira, 22.

Rêgo Barros disse ainda que tropas brasileiras continuam em "operação de normalidade" e que a situação do país vizinho está sendo monitorada. "O planejamento do governo estabelece como linha limítrofe a própria fronteira." O porta-voz não confirmou se há algum tipo de preparação de militares brasileiros para eventual situação de conflito com o governo Maduro.

'Não há outra solução'

O vice-presidente Hamilton Mourão, escalado pelo presidente Jair Bolsonaro para ir até Bogotá, na Colômbia, na próxima segunda-feira, 25, para representar o Brasil na reunião do Grupo de Lima e discutir os desdobramentos da crise, reforçou que o Brasil não tem intenção de entrar na Venezuela.

"A ideia sempre foi e sempre será colocar suprimento na fronteira da Venezuela", disse ele. "Nossa ação sempre será no sentido da não intervenção." Mourão ainda falou sobre a possibilidade de corte de energia da Venezuela - "possível, mas não provável" - e ressaltou que "não há outra solução (para a crise) a não ser a saída de Maduro".

Relações exteriores. O chanceler Ernesto Araújo também confirmou viagem a Cúcuta para discutir a questão da ajuda humanitária à Venezuela. Ele deve acompanhar Mourão no encontro do Grupo de Lima na Colômbia.

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